dsc_6957.jpg

dsc_6957.jpgPesquisa nacional aponta 57 mortes em crimes envolvendo bancos em 2012 – Em apenas nove dias úteis, foram cometidos 10 crimes contra bancos na Paraíba este ano. A falta de investimento preventivo, como a instalação de portas de segurança com detectores de metal, facilitou a ousadia dos bandidos, que nesta sexta-feira (11) assaltaram uma agência do Bradesco em frente a uma delegacia de polícia, na capital paraibana.
 

Segundo informações dos funcionários, pelo menos cinco homens armados, renderam vigilantes, clientes e funcionários, levando todo o dinheiro que encontraram nos caixas da Agência Epitácio Pessoa, do Bradesco. A ação não demorou mais do que cinco minutos e os bandidos fugiram, tomando rumo ignorado. Foi o segundo assalto a agências do Bradesco em João Pessoa, em apenas três dias.

Para Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, essas ocorrências refletem a falta de investimento em segurança, por parte dos bancos. “Infelizmente, os banqueiros não estão nem aí para o que ocorre aos clientes, usuários, vigilantes e bancários; a eles interessa tão somente o lucro cada vez maior. E isso está claramente demonstrado nos números da pesquisa nacional elaborada pela Contraf-CUT, CNTV e Dieese, onde estão consignadas 57 mortes decorrentes de ações criminosas envolvendo bancos, em 2012”, destacou.

A pesquisa

Uma pesquisa nacional, realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese, mostra que 57 pessoas foram assassinadas em crimes diversos envolvendo bancos em 2012; uma média de quase 5 vítimas fatais por mês, o que representa aumentos de 16,3% em relação a 2011, quando foram registradas 49 mortes, e de 147,8% em comparação com 2010, que teve 23 mortes.

São Paulo (15), Bahia (8), Rio de Janeiro (7), Ceará (4), Paraná (4), Alagoas (3) e Rio Grande do Sul (3) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência (53%) foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 30 mortes. Já a maioria das vítimas (58%) foram clientes (33), seguido de vigilantes (9) e policiais (6). Dois bancários também foram mortos.

Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes mostram, sobretudo, a insuficiência de investimentos dos bancos para melhorar a segurança. Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) apresentaram lucros de R$ 35,8 bilhões de janeiro a setembro de 2012. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 2,2 bilhões, o que significa 6,03%, em média, na comparação com os lucros.

‘Saidinha de Banco’

Marcos Henriques chama a atenção para a principal ocorrência criminosa contra bancos, que responde por 53% das mortes apontadas na pesquisa nacional, porque a Paraíba contribuiu com o registro de um caso para essa estatística mórbida. “O descaso com a segurança em nosso Estado no ano findo resultou no registro de oito ‘Saidinhas de banco’, contra nenhum caso da espécie em 2011. Estamos muito preocupados com a mesquinhez dos banqueiros, que se negam a investir na instalação de biombos e colocação de portas de segurança, relegando a sociedade à sua própria sorte”, desabafa.

Preocupada com a onda de violência crescente no Estado, principalmente no setor financeiro, em meados de dezembro do ano passado a diretoria do Sindicato solicitou audiência com o titular da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social e está aguardando resposta. Paralelamente, participa com outras entidades sindicais nas negociações com os bancos, em busca de políticas de segurança, além de acompanhar projetos de segurança em tramitação nas câmaras de vereadores e Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba.

“Temos o dever e a responsabilidade de envolvermos, também nessa luta, os representantes da sociedade na busca de soluções urgentes para os problemas decorrentes da violência crescente. A população deve cobrar dos seus representantes – vereadores e deputados – uma atitude firme para acabarmos com a insegurança”, concluiu Marcos Henriques.

Fonte: SEEB – PB