Mas a sanha em demitir funcionários que dedicaram décadas de suas vidas ao trabalho não é apenas a única forma que o Bradesco encontrou para promover um permanente flagelo aos seus funcionários. Agora o banco se nega a abrir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os empregados que foram diagnosticados como ‘inaptos’ ao trabalho pelo médico contratado pelo próprio banco.

O último caso foi de uma bancária da agência da avenida Carlos Gomes, no Centro de Porto Velho, que ao fazer exame periódico, foi diagnosticada pelo médico do banco como ‘inapta’. O especialista a encaminhou para um ortopedista que, após exames complementares, confirmou a doença ocupacional e concedeu, à trabalhadora, um atestado de 60 dias para que ela se afastasse do trabalho para tratamento médico.

Quando a empregada levou o resultado do atestado do perito do banco e do laudo do ortopedista à direção, o banco se recusou a abrir a CAT, afrontando a lei e, principalmente, aumentando a agonia da trabalhadora, que sem a CAT, não pode ter acesso aos seus direitos juntos ao INSS.

“É de uma insensibilidade sem precedentes o que o banco está promovendo com os trabalhadores, se negando a abrir uma simples CAT para que as pessoas que adoeceram de tanto trabalhar para o banco – e com isso, gerar lucros à instituição – sob constante pressão e perseguição, possam usufruir do seu direito de cuidar da própria saúde. Continuamos cobrando uma providência imediata do Departamento de Recursos Humanos do Bradesco, e caso essa negativa em abrir a CAT continue, vamos denunciar tamanho descaso com o ser humano ao Ministério Público do Trabalho, à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e à toda a sociedade, pois não podemos aceitar que um banco que tanto lucra trate com tamanha desumanidade inúmeros pais e mães de família que adoecem de tanto trabalhar para o banco”, destacou José Pinheiro, presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) e funcionário do Bradesco.

Fonte: Seeb RO