Na criação poética de Adriana Sousa, fazemos nossa homenagem a todas as mães neste Dia das Mães.

Mãe-Viga

Foi na dor incontida do teu grito
Que o senhor fez silêncio pra escutar
E o meu corpo tentando relutar
Ao deixar seu abrigo favorito
O espetáculo da vida foi escrito
No romper do limite amembranado
Com o palco do vente iluminado
Deu a luz ao amor mais puro e santo
Toda mãe dessa terra tem um manto
Pela Virgem Maria abençoado

Tua mão foi a guia dos meus passos
Segurando o meu passo pequenino
Que sem ter equilíbrio dançarino
Fez dos dedos da mãe os seus compassos
E vencendo meu medo dos fracassos
Consegui caminhar sem teu sustento
Mas parece que o teu olhar atento
Era dono de toda a gravidade
Minha mãe a mais pura divindade
É o do bolo do amor o meu fermento

Mesmo hoje distante do teu ninho
O poder da tua prece me alcança
E a saudade encravada como lança
Faz lembrar como é bom o teu carinho
É mãe-rosa sem ter nenhum espinho
Tua força suporta um turbilhão
Como viga tu és sustentação
E hoje digo em todos os lugares
As escoras terão que ser milhares
Quando um dia essa viga for ao chão

                                   Por Adriana Sousa