Crédito: SindBancários
SindBancários
O 10º Congresso da Federação dos Bancários do RS terminou no início da tarde de domingo, dia 11, em Gramado, com a eleição por unanimidade da chapa de unidade para a direção da entidade no período de 2010 a 2013. Aberto na noite de sexta-feira, dia 9, o evento reuniu 291 delegados e delegadas, além de observadores, convidados, sindicalistas de outras categorias, profissionais de imprensa e equipe de apoio, totalizando cerca de 400 pessoas.

A chapa de unidade foi defendida pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Juberlei Baes Bacelo, e pelo secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. Juberlei salientou a importância do respeito à proporcionalidade na eleição, o que sinaliza a unidade necessária à categoria para construir ações de consenso.

"Temos a sensação de dever cumprido. A partir de amanhã, os bancários da base não vão mais querer saber das teses apresentadas neste congresso, mas sim de ações efetivas da nossa Federação para defender os seus interesses. Nossos inimigos não estão aqui dentro, estão lá fora explorando os trabalhadores, e é contra eles que temos de lutar", destacou o presidente do Sindicato.

Ademir enfatizou que chapa apresentada reafirma a construção da unidade da categoria no Estado e no País. "Percebemos esta tendência desde o início dos debates. O conteúdo das teses, as assembleias, os trabalhos em grupos, as votações por consenso e o tema escolhido para o Congresso, unir forças. Demos exemplo de maturidade e mostramos que a unidade para enfrentar os desafios da conjuntura começa em casa. O bancário nos quer unidos e mobilizados para avançar e conquistar. Este é um sonho acalentado há muitos anos", finalizou o dirigente sindical.

Também foram aprovadas resoluções para a organização da categoria, plano de lutas, ação sindical e políticas permanentes como saúde do trabalhador, segurança bancária, comunicação, formação e jurídico, além de moções.

Veja os bancários e as bancárias que integram a direção eleita:

Arnoni Hanke – Santo Ângelo
Denise Corrêa – Pelotas
Amaro Silva de Souza – Porto Alegre
Jorge Vieira da Costa – Porto Alegre
Juberlei Baes Bacelo – Porto Alegre
Ronaldo Zeni – Porto Alegre
Paulo Valneri Schmidt – Santa Rosa
Jéssica Philomena Molina – Porto Alegre
Joey Setesses de Farias – Novo Hamburgo
Vaine Terezinha Andreguete – Caxias do Sul
Edison Moura – Porto Alegre
Isis Garcia Marques – Porto Alegre
Armindo Köhler – Litoral Norte
Karen Simone D´Ávila – Porto Alegre
Jocelito Schmatz – Porto Alegre
Carlos Augusto de Oliveira Rocha – Alegrete
Devanir Camargo – Porto Alegre
Lucio Mauro Paz Barros – Porto Alegre
Tânia Regina Figueiró Teixeira – Vale do Paranhana
Zig Terezinha Oliveira – São Borga
Ari Aloraldo do Nascimento – Porto Alegre
Saul Almiron – Santa Maria
Luiz Carlos dos Santos Barbosa – Bento Gonçalves
Régis Tatch Kilian – Porto Alegre
Rosane Caldate – Caxias do Sul
Mauro Rui Telittu Cardenas – Porto Alegre
Jorge Almir da Silva – Porto Alegre
Jaqueline Cordeiro de Almeida – Passo Fundo

A posse dos novos dirigentes está marcada para o dia 20 de abril, durante jantar-baile no Clube Farrapos, em Porto Alegre.

Tarso Genro diz que categoria bancária está no seu imaginário

O ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, fez uma exposição no painel de conjuntura política, na manhã de sábado, dia 10. Foi um dos momentos marcantes do congresso. Ele reencontrou antigos companheiros de militância política das décadas de 60, 70 e 80. Tarso foi advogado do SindBancários, com destacada atuação na greve de 1979. "Minha vida profissional e política está intimamente ligada à categoria bancária", salientou. "A categoria bancária está no meu imaginário", afirmou.

Tarso traçou uma verdadeira linha do tempo da política brasileira dos últimos 40 anos, apresentando um resgate histórico da luta dos trabalhadores contra a ditadura militar. "Naquela época, os movimentos buscavam uma alternativa socialista, a partir de uma visão hegemônica da luta". Ao se referir sobre a "transição negociada" do período da ditadura para a democracia, o ex-ministro reafirmou o papel da esquerda naquele período e sua influência na constituinte de 1988 .

Durante o painel, Tarso fez uma apaixonada defesa do governo Lula, exaltando a amplitude de coalisão e a integração do Brasil no processo de globalização de maneira soberana. "As conquistas são hoje reconhecidas universalmente", disse ele.

Ele fez uma ácida crítica ao comportamento de setores da imprensa brasileira. "Houve um enorme massacre midiático nos últimos 20 anos contra todas as ideias que dizem respeito à importância de se ter empresas públicas fortes e a necessidade de transferência de renda como se faz no governo Lula". Para ele, "a mídia jogou para baixo essas ideias e jogou para cima a visão neoliberal a partir de Collor e dos dois governos de FHC".

Segundo Tarso, a mídia tirou de cena o fracasso do neoliberalismo. "O conluio do capital financeiro foi escamoteado, considerado um acidente secundário". Ele concluiu ressaltando que "fomos o terceiro país menos prejudicado com a crise econômica de 2008. Fomos o país que entrou mais tardiamente na crise e o que mais rapidamente saiu dela".

Os bancários aproveitaram a presença do ex-ministro para entregar um ofício pedindo a sua intervenção junto ao governo no processo de reestruturação da Caixa Econômica Federal. O documento ressalta que as medidas adotadas pela empresa trarão prejuízos aos direitos dos empregados e já provocam consequências à saúde, como medo, insegurança, nervosismo e intranquilidade em relação ao futuro profissional.

Abertura solene

A mesa de abertura do 10º Congresso foi integrada pelo secretário-geral da CUT Nacional, Quintino Severo; pelo secretário-geral da Contraf/CUT, Marcel de Barros; pelo vice-presidente da Federação dos Bancários do RJ-ES, Milton Damião Esperança; pela diretora do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul, Vaine Terezinha Andreguete; pelo presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo, e pelos diretores da Federação dos Bancários RS, Carlos Augusto Rocha e Luiz Carlos Barbosa.

Em suas manifestações, os sindicalistas destacaram a importância do 10º Congresso para a construção democrática de diretrizes que nortearão as ações da Federação dos Bancários para o próximo período. Para a dirigente do Sindicato de Caxias, anfitrião do evento, "este evento é fundamental para reafirmar a união dos esforços de todos os bancários do Estado, com o objetivo de debater ideias e propostas que nos contextualizam para ampliar conquistas".

Marcel, ex-coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, elogiou o tema escolhido pelo Colegiado Executivo da Feeb/RS para o 10º Congresso: unir forças, ampliar conquistas. "Este é o tema que a classe trabalhadora deve ter: unir forças. Temos muitos desafios a vencer e união é a palavra-chave", disse o secretário-geral da Contraf/CUT. Marcel falou ainda de algumas lutas dos trabalhadores como a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata da regulamentação do sistema financeiro nacional.

Quintino observou que o Brasil vive um momento histórico, representado pela saída de uma das maiores crises econômicas mundiais. "Vivenciamos a saída desta crise, que também é uma crise de projeto e de fracasso do neoliberalismo". O dirigente da CUT também propôs uma reflexão profunda sobre o modelo de desenvolvimento que os trabalhadores desejam e enfatizou a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.

Para economista, projeto de esquerda é a melhor opção para o País

Após a solenidade de abertura, o economista e especialista em finanças Odir Tonollier fez uma exposição sobre conjuntura econômica estadual e nacional. O economista destacou que os reflexos da crise mundial na economia brasileira desaceleraram o crescimento do país. Bancos privados e empresas não investiram no Brasil.

"Foi então que o governo federal tomou providências para colocar o país em um novo ciclo de crescimento", disse Tonollier, explicando que, a partir de 2009, o governo reduziu impostos e determinou aos bancos públicos que disponibilizassem crédito." O programa social Bolsa Família amenizou a miséria no país, ao mesmo tempo em que a classe média se fortaleceu. Houve também expansão nos investimentos, através do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e do programa de habitação Minha Casa, Minha Vida", citou.

Tonollier frisou que é oportuno falar sobre a conjuntura econômica num momento em que o Brasil passa por um novo ciclo de crescimento. "Esse é um ano de disputa política e precisamos ter clareza de que se apresentam dois projetos políticos para o Brasil. Para a classe trabalhadora continuar avançando nas conquistas, precisamos apostar novamente em um projeto de esquerda", apontou o economista.

Fonte: Contraf-CUT com Feeb/RS e SindBancários

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