15 de março é Dia Nacional de Paralisação Contra as Reformas da Previdência, Trabalhista, e a retirada de direitos dos trabalhadores. A Contraf-CUT convoca a categoria bancária a se somar ao movimento e tomar as ruas nesta quarta-feira, em todo o Brasil, em protesto às reformas golpistas que o presidente ilegítimo Michel Temer quer impor aos trabalhadores.

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, lembra que o Congresso Extraordinário da Confederação, na semana passada, aprovou dentro do Plano de Lutas da categoria a participação no Dia Nacional de Paralisação.

“Vamos às ruas mostrar que os trabalhadores e a população não vão pagar o pato. Nossas federações e sindicatos estão mobilizando a categoria para que participem fortemente das paralisações em todos os estados, com defesa também dos bancos públicos. Só a luta garante que as reformas da previdência, trabalhistas, e todas as propostas golpistas de Temer sejam barradas e não sigam em frente. Os bancários e bancárias da base sabem dos riscos e estão engajados na batalha”, reforça Roberto von der Osten.

Privatizada, previdência chilena paga aposentadoria menor que salário mínimo

A luta por um sistema previdenciário justo, sem prejuízos aos trabalhadores, não está restrita ao Brasil. Em muitos países, a classe trabalhadora está tomando as ruas em defesa de seus direitos. No Chile, o sistema previdenciário privado implantado em 1981, durante a ditadura de Augusto Pinochet, e que tem inspirado os apoiadores do golpe no Brasil, se transformou em um verdadeiro pesadelo para a população.

Após 30 anos de lançado e com mais de 70 trilhões de pesos arrecadados (R$ 350 bilhões), o sistema privatizado de previdência entrega hoje, para a maioria dos clientes, pensões inferiores ao valor do salário mínimo chileno. Segundo números do Banco Central, mais de 60% dos usuários já aposentados recebem menos de 120 mil pesos (dois terços de um salário mínimo, e equivalente a R$ 600). O salário médio dos usuários do sistema é de 575 mil pesos (quase R$ 3 mil). A título de comparação, em janeiro de 2014, o valor médio da aposentadoria no Brasil era de R$ 927. A quantia corresponde a 128% do salário mínimo brasileiro à época, de R$ 724.

No modelo privado de pensões em vigor no Chile, baseado na capitalização individual, não há aportes dos empregadores nem do Estado, a não ser no caso de pensões mais baixas. Tampouco existe um sistema de solidariedade formal por parte dos trabalhadores ativos para com a população mais velha que vai se aposentando.

A situação está tão complicada no país vizinho, que no momento de se aposentar, o dinheiro que os trabalhadores recebem é muito reduzido e mal dá para viver, sendo inferior ao salário mínimo.

Temer quer privatizar a previdência

“Os problemas ocorridos no Chile com a privatização da previdência nos servem como um amargo exemplo”, alerta Roberto von der Osten.

“O mesmo que aconteceu no Chile é o que o governo ilegítimo de Temer quer fazer no Brasil. Privatizar a previdência, entregar a nossa aposentadoria para os bancos, já que pelo Estado o trabalhador vai morrer antes de se aposentar. Contudo, só restarão os planos privados de aposentadoria oferecidos pelo sistema financeiro, que já está ganhando e muito, com a busca maior pela população neste momento de tantas incertezas ”, ressalta.

Uma minirreforma foi feita em 2008, pela presidente Michele Bachelet, na tentativa de diminuir os estragos, mas sem reverter o sistema privado.  Foram concedidos um benefício mínimo de 75 mil pesos, o equivalente a R$ 380, à grande porcentagem da população que, devido ao desemprego, ficou à mercê do sistema.

Mas os chilenos estão se mobilizando contra o sistema de aposentadoria, várias manifestações foram registradas e o tema está entre os principais debates da campanha presidencial no Chile, neste ano.

Protestos Dia 15 – Confira aqui onde haverá mobilização e integre você também a resistência contra os ataques a seus direitos.

Matéria atualizada em 14/03/17

Fonte: Contraf-CUT com informações do Opera mundi, GGN e EL País