O 2º Encontro Nacional de Comunicação da Contraf-CUT teve início nesta quinta, 16 de julho, com o debate sobre a Mídia e a Democracia, abordado pelos jornalistas Bernardo Kucinski e Ottoni Fernandes Júnior. Entre os destaques, as estratégias para combater os avanços hegemônicos do pensamento neoliberal, a revolução tecnológica que acontece no campo da comunicação, a Conferência Nacional de Comunicação e os projetos do governo para comunicação.

O secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros, destacou a importância da comunicação para a construção de um outro mundo possível. "Temos que pensar no projeto que queremos para a classe trabalhadora e o país, e esta é uma excelente oportunidade para elaborarmos essas propostas, afirma Marcel.

Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT, também defende que os debates da Conferência sejam usados para promover avanços na comunicação dos bancários. "Esperamos fortalecer a atuação independente, mas também que seja feita de forma integrada, para que juntos possamos melhorar a rede de comunicação dos bancários", diz Ademir.

Batalhas da comunicação

Para Kucinsci, a ideologia política vigente nos grandes jornais do país deve ser combatida com uma comunicação democrática, que abarque todas as formas de liberdade de comunicação. Para ele, este é um dos principais entraves dos meios de comunicação de esquerda, que ainda não conseguiu elaborar um papel estratégico de comunicação que alcance em termos operacionais e práticos como é visto no núcleo de poder midiático. "Temos que ter os nossos jornais, que permita o florescimento de todas as formas de expressão", diz.

O jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP também cita a revolução em andamento com as novas tecnologias nos meios de comunicação. "Vivemos um acontecimento maior que o próprio surgimento da imprensa. A Internet vem transformando profundamente os hábitos, as formas de convivência e socialização entre as pessoas. É um instrumento que permite a todos falarem e serem ouvidos, por isso precisamos popularizar este debate", afirma Kucinski.

O subchefe executivo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República também reconhece que o campo popular possui ações ainda muito fragmentadas, mesmo que já estejam em curso. "As pessoas estão fazendo uso das mensagens via celular para a organização política, como na Ucrânia e no Irã, mas ainda é preciso avançar no uso das novas tecnologias como instrumento revolucionário de disseminação da informação", diz Ottoni.

Ottoni ainda fez uma exposição, com apresentação de dados, em que mostra as ações de mídia e publicidade feitas pela secretaria de comunicação do governo. Clique aqui para acessar o material na íntegra.

Conferência de Comunicação

Outro tema em destaque foi à confirmação da Conferência de Comunicação, que debaterá o fim da propriedade cruzada, a concessão para os rádios e a televisões educativas, a mudança do marco regulatório, com a inclusão de legislação para a Internet e convergência de mídia. "Será um grande fórum em que cada setor da sociedade deve se manifestar. É o grande momento para que os movimentos populares se organizem e façam propostas para que sejam debatidos na mesa, afirma Ottoni.

Fonte: Contraf-CUT

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