
Presidente da CNTV, José Boaventura Santos, abriu o Congresso
O 7º Congresso Nacional dos Vigilantes, que termina neste sábado, dia 24, em Salvador, está fortalecendo a luta pelo adicional de risco de vida de 30%, a principal reivindicação da categoria que vem sendo conquistada em acordos coletivos e em votações de projetos de lei na Câmara dos Deputados e no Senado. Outro destaque é o reforço da parceria entre vigilantes e bancários na luta pela segurança, a partir de uma série de ações sindicais conjuntas, sob coordenação da Contraf-CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV).
A abertura foi coordenada pelo presidente da CNTV, José Boaventura Santos, e contou com a presença de secretária nacional de Relações de Trabalho da CUT, Denise Motta Dau, dos diretores da UNI Sindicato Global, Nigel Venes e Alberto Barrow, da vereadora de Salvador, Marta Rodrigues (PT), e do novo presidente da Fenavist, Odair Conceição.
Segurança em debate
O diretor da Contraf-CUT também foi um dos expositores do painel sobre "Segurança Privada, Alteração da Lei nº 7.102/83 e Segurança Bancária", realizado na tarde de quinta-feira, dia 22. "Mostramos as atividades que fazemos pela melhoria da segurança nos bancos, como organização de coletivos, mesa temática na Fenaban, mediação no Ministério Público do Trabalho, projetos de leis municipais, proposta de NR de segurança no ramo financeiro e mobilizações", salientou.
"Queremos mais equipamentos de prevenção, especialmente a porta giratória com detector de metais, câmeras de filmagem com monitomento em tempo real, vidros blindados nas fachadas e divisórias individualizadas entre os caixas. Nós topamos discutir segurança eletrônica, mas com a manutenção dos vigilantes", frisou Ademir. "Novas tecnologias e emprego precisam se completar para garantir mais segurança", apontou.
O presidente da CNTV explicou a proposta do projeto de lei de segurança privada, elaborada em conjunto com a Contraf-CUT. "Queremos valorização do trabalho dos vigilantes, a melhoria do controle e fiscalização das empresas de vigilância e transporte de valores e a ampliação dos equipamentos de segurança nos bancos, dentre outros pontos", disse Boaventura. "O foco não é o lucro e a redução dos custos, mas a proteção da vida", comparou.
O delegado do Departamento da Polícia Federal, Guilherme Madalena, que também integrou o painel, apresentou as propostas do projeto de estatuto de segurança privada, que possui vários avanços, mas tem alguns problemas, como a possibilidade de usar o malote com jato de tinta para transportar valores, o chamado "malote do desemprego". Conforme Boaventura, "outra preocupação dos trabalhadores é a caracterização da segurança privada como serviço essencial, visando o enquadramento na lei de greve, o que é inaceitável, além de ser objeto de Direito do Trabalho".
Terceirização
Outro tema discutido, na manhã de quinta-feira, foi a terceirização. A secretária nacional de Relações de Trabalho da CUT destacou a luta para enfrentar o processo e defender os direitos dos trabalhadores. "A terceirização é usada para precarizar o trabalho", denunciou.
Denise lançou o livro "Terceirização no Brasil – Do discurso da inovação à precarização do trabalho". A publicação é resultado de um estudo feito pela CUT, que teve a participação do secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, e da diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ana Tércia.
Homenagem póstuma
O congresso é denominado Heralde Silva Santos, companheiro recentemente falecido, que recebeu uma emocionante homenagem póstura na abertura do evento. Heralde era diretor de Relações Internacionais da CNTV e presidente do Sindicato dos Vigilantes em Transporte de Valores do Rio de Janeiro.
Ao som da música "Canção da América", de Milton Nascimento, um vídeo exibiu imagens da sua atuação sindical, sempre na defesa dos direitos dos vigilantes e da classe trabalhadora. Como diz a letra da música, "um dia, amigo, a gente vai se encontrar".
Fonte: Contraf-CUT