O dia 24 de outubro é uma data histórica para o Sindicato dos Bancários da Paraíba e a categoria profissional. Agora, com o nome de Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro no Estado da Paraíba (Sintrafi-PB), a entidade chega aos 80 anos de resistência, lutas e conquistas em meio à maior crise sanitária, política e econômica que assola um país à deriva, comandado por um governo ultraliberal, privatista, negacionista, incompetente e acusado de corrupção; único país do mundo a recorrer à intermediação para a aquisição de vacinas contra o novo coronavírus.

O descaso com a pandemia começou com a concentração do pagamento do auxílio emergencial apenas nas agências da Caixa Econômica Federal, provocando longas filas e aglomerações que expuseram beneficiários, clientes e trabalhadores bancários ao contágio pelo novo coronavírus. A categoria bancária foi incluída como prestadora de serviços essenciais, mas não foi inserida como prioritária no Programa Nacional de Imunizações (PNI), gerando frustração, revolta e protestos, não só pela inclusão da categoria, mas também por vacina para todos e manutenção do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00.

Ao minimizar a gravidade da pandemia, ignorar a ciência, indicar tratamento não comprovado, tripudiar sobre os protocolos de segurança e as medidas sanitárias adotadas pelos estados e municípios, o governo relegou o povo à própria sorte, mas deixou os bancos à vontade e eles continuaram lucrando, pressionando, fechando agências, descomissionando e demitindo, mesmo tendo se comprometido a não demitir durante a crise sanitária.

A luta contra as demissões imotivadas e por melhores condições de vida e de trabalho, em defesa da democracia, do patrimônio público, da soberania nacional e dos direitos da classe trabalhadora sempre foram uma constante na agenda de atividades do Sindicato. Essa postura combativa é referência para outras categorias profissionais no estado e no país, nos incentivando e fortalecendo a nossa marca como um sindicato forte.

Forte na organização de base, através dos delegados e delegadas sindicais que fortalecem o Sindicato nas campanhas nacionais, mobilizando, participando de assembleias, encontros, congressos e conferências e, principalmente, na hora que precisamos fazer greve para romper a intransigência, mesquinhez e ganâncias dos banqueiros.

Forte na defesa dos serviços e empresas públicas, entre elas a Petrobrás, Eletrobrás, Correios, Banco do Basil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil, com destaque para as campanhas específicas em nossa base, contra: o Caixa Fácil, da Caixa Econômica; a venda do Paraiban para o Banco Real; o fechamento do Centro de Processamento do Banco do Brasil (Cesec); e contra o desmonte do BNB pelo então presidente Byron Queiroz.

Forte na luta contra a terceirização, a reforma trabalhista, as manobras de Eduardo Cunha, a reforma da Previdência e a tentativa do retorno do trabalho bancário aos sábados e domingos.

Além do repúdio à privatização de empresas estratégicas para o país na retomada da economia, após a pandemia, o Sindicato também luta contra o uso da Caixa Econômica Federal para fins eleitoreiros.

Para amenizar o peso de tantas lutas cotidianas, anualmente, além de uma grande confraternização com eventos esportivos, sociais e visita às agências, o Sindicato homenageia a mulher bancária no Dia Internacional da Mulher e a categoria com um todo no Dia do Bancário, cujo feriado estadual está sob judicie.

Nas modalidades esportivas, o Sindicato promove a natação, o vôlei, o Futsal e o Futebol Soçaite, inclusive com eventos na capital, no Brejo e no Cariri da Paraíba.

No apoio à cultura, o destaque do Sindicato vai para a Bancarte, que já homenageou Jackson do Pandeiro, o Circo, a Cultura Popular, o ator paraibano Zé Dumond e o imortal Ariano Suassuna, na sua sétima edição. Deu um tempo e agora se prepara para retomar a sua mostra de cultura e artes. Nesse ínterim, continuou apoiando o bloco Os Borrachudos, o camarote VIP dos bancários no desfile das Muriçocas do Miramar, e na realização de eventos culturais para a categoria: o Arraiá da Capitá e o Forró dos Aposentados.

Após conseguirmos garantir os direitos da categoria, através da manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), e a celebração de dois acordos bianuais consecutivos, consolidando a conquista de reajustes salariais com ganho real desde a instituição da Mesa Única, em 2004, estamos nos desdobrando para barrar o processo de privatizações do governo ultraliberal e continuamos defendendo a democracia, o patrimônio público, a soberania nacional, o meio ambiente, os direitos da classe trabalhadora, a saúde, e a qualidade de vida de bancárias e bancários, inclusive com a celebração de convênios de interesse dos nossos representados.

Todas essas ações só foram possíveis, graças à disposição de luta da categoria, do empenho da diretoria e da coordenação dos companheiros e companheiras que estiveram no comando da entidade classista. Aproveito o momento histórico para homenagear cada presidente e presidenta do Sindicato, em nome da nossa companheira Zênia Chaves, que foi um exemplo de dedicação, garra, disposição e serenidade até no momento da partida para outra dimensão.

                Parabéns, bancárias e bancários pelos 80 anos de resistência, lutas e conquistas!

Lindonjhonson Almeida
Diretor-Presidente