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Estudo do Dieese, a pedido da Fenae, revela que entre 2023 e 2024, 74% dos afastamentos acidentários (B91) no banco foram motivados por transtornos mentais e comportamentais, superando o setor bancário (57,1%) e entre a sociedade, no geral (5,99%)
Somente nos anos de 2023 e 2024, do total de 8.378 licenças por acidente de trabalho concedidas pelo INSS para os bancários, 57,1% (ou 4.781 licenças) foram motivadas por transtornos mentais e comportamentais. Na Caixa a situação é ainda mais crítica – 74% das licenças reconhecidas como acidente de trabalho de empregados do banco público decorreram de problemas relacionados à saúde mental. O percentual extrapola, e muito, o índice de afastamentos acidentários observado na sociedade como um todo, que, no mesmo período, representou 5,99% dos afastamentos.
A comparação histórica expõe a gravidade do cenário – em 2014, o banco registrava 749 afastamentos acidentários e previdenciários (B91 + B31) por doenças ligadas à saúde mental. Em 2024, o somatório dos afastamentos pelo mesmo motivo subiu para 2.417, representando um aumento de cerca de 223% em 10 anos.
Segundo o levantamento, as principais causas dos afastamentos por saúde mental na Caixa, em 2023 e 2024, foram: reações ao stress grave e transtornos de adaptação, que somaram 12,3%; episódios depressivos, que corresponderam a 24% dos afastamentos e outros transtornos ansiosos, representando 31,9% dos casos.
Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, os dados revelados pelo estudo escancaram a necessidade urgente de políticas efetivas de melhores condições de trabalho e aumento no número de trabalhadores.
“É muito triste saber que lideramos este ranking. Não podemos naturalizar que trabalhar na Caixa signifique, inevitavelmente, adoecer. A saúde mental dos empregados precisa ser tratada como prioridade absoluta” disse. “A Caixa precisa urgentemente implementar o GT Saúde do Trabalhador, que é um compromisso assumido pelo banco na última campanha, para discutir formas de melhorar as condições de trabalho e reverter este cenário preocupante, que mostra que ultimamente o empregado paga com sua saúde pela ausência ou ineficiência de políticas de prevenção “, enfatizou.