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O 1º de Maio não é apenas uma data. É um símbolo. Um lembrete de que cada direito conquistado carrega o suor, a coragem e a resistência de gerações de trabalhadoras e trabalhadores que ousaram sonhar com um mundo mais justo.
Na categoria bancária, esse sonho nunca cessou. Ele pulsa nos corredores das agências, no olhar de quem enfrenta metas abusivas, na exaustão de quem resiste à sobrecarga da terceirização e na firmeza de quem não se cala diante do assédio. Cada bancário e bancária que segue em pé, apesar de tudo, é parte dessa história viva.
“A luta pelos direitos dos trabalhadores é constante, principalmente para a categoria bancária. Nossa trajetória é marcada por diversas conquistas, como a jornada de 30 horas e a conquista da Convenção Coletiva, mas seguimos na luta — hoje contra o assédio moral e sexual dos trabalhadores e a terceirização dos empregados, que causa uma sobrecarga aos já contratados”, destaca Lindonjhonson Almeida, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Esse novo tempo exige mais do que resistência: exige reinvenção. A precarização assume rostos múltiplos — pejotização, uberização, vigilância digital, automação descontrolada. E diante disso, o papel do sindicato se torna ainda mais crucial: construir pontes, acolher novas vozes, transformar indignação em ação coletiva.
O professor Jaldes Meneses, titular do Departamento de História da UFPB, também reforça o papel do 1º de Maio como um espaço de reflexão e mobilização. “A data permanece relevante, mas sua potência transformadora depende da capacidade de articulação das lutas concretas dos trabalhadores e sindicatos, além dos simbolismos históricos”, pontua o professor.
Ele lembra que conquistas históricas, como a CLT e os direitos previstos na Constituição de 1988, estão sob ameaça desde a Reforma Trabalhista de 2017, agravadas pela pejotização, uberização e erosão da negociação coletiva.
“Estamos enfrentando uma nova fase de precarização, distinta e mais complexa. É preciso estar atento e resistir, especialmente frente à ameaça da ultradireita e da destruição dos direitos trabalhistas”, alerta Jaldes.
A inteligência artificial e a automação impõem ainda mais desafios. “Elas aprofundam a crise do trabalho, eliminam empregos e criam uma subclasse de ‘trabalhadores de plataforma’. O movimento sindical precisa se reinventar, incorporar esses trabalhadores e combater a alienação tecnológica”, finaliza o professor Jaldes Meneses.
Neste Dia do Trabalhador, o Sindicato dos Bancários da Paraíba não apenas homenageia cada companheiro e companheira da categoria — reafirma o compromisso com a vida, com a dignidade e com a esperança de um amanhã onde o trabalho seja valorizado e o ser humano, respeitado.