Influenciador digital com milhões de seguidores nas redes sociais, Felca repercute matéria da Fenae sobre o assunto, analisa os trabalhos da CPI das Bets e denuncia contratos com casas de apostas

A Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) volta a manifestar preocupação com o avanço das apostas esportivas online no Brasil, após nova repercussão sobre o tema, com a atuação da CPI das Bets no Senado. Na última sexta-feira (17), o influenciador digital Felipe Bressanim, conhecido como Felca, que soma mais de 7 milhões de seguidores somente no Instagram, publicou uma denúncia contundente sobre os bastidores dos contratos publicitários firmados com casas de apostas e usou matéria da Fenae, produzida em fevereiro deste ano, sobre o assunto.

A publicação de Felca foi divulgada na mesma semana em que influenciadores foram interrogados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, instaurada em novembro de 2024 pelo Senado Federal, com o objetivo de investigar a crescente influência das apostas online no orçamento das famílias brasileiras.

Segundo Felca, os contratos deixam claro que influenciadores recebem dinheiro proveniente das perdas dos jogadores. Ele ressaltou o papel de entidades e veículos independentes que têm alertado para os riscos do modelo atual de publicidade das bets no país.

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI, expressou uma posição firme contra esse tipo de prática. “Eu sou frontalmente contra qualquer tipo de jogo de aposta, especialmente como esse tipo de aposta que é marcado por um espaço muito sombrio. Isso gera dependência psicológica das pessoas, isso serve para lavar dinheiro, para esconder patrimônio de muita gente. Então, eu acredito que o ideal é que, no Brasil, nós não tivéssemos essa regulação das bets, que fosse algo, efetivamente, proibido”, declarou o parlamentar.

O vício em jogos, também conhecido como “ludopatia”, já é a terceira dependência mais frequente no Brasil, perdendo somente para o álcool e o tabaco. É uma condição médica caracterizada pela compulsão por jogos, que pode resultar em graves consequências financeiras, sociais, físicas e emocionais.

Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, as apostas online representam uma ameaça concreta ao bem-estar da população, sobretudo das camadas mais vulneráveis. “Estamos vendo crescer um fenômeno que lucra com o prejuízo das pessoas, que são atraídas pelas promessas fáceis de enriquecimento rápido. A entidade segue acompanhando os desdobramentos e reitera a necessidade de um debate amplo, transparente e responsável sobre o tema no Brasil”, reforça.
Fonte: Fenae