Crédito: Seeb Rio Grande e Pelotas

Rio Grande e Pelotas: mobilização por segurança nos bancos

Os Sindicatos dos Bancários de Rio Grande e Pelotas promoveram na terça-feira, dia 19, palestras sobre Segurança Bancária com o secretário de imprensa da Contraf/CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. As atividades foram realizadas nas sedes das duas entidades e tiveram grande repercussão no Sul do Brasil.

A palestra em Rio Grande iniciou às 15h, com a participação de bancários, representantes da Brigada Militar, Polícia Federal, Prefeitura Municipal e Justiça do Trabalho. Houve espaço para perguntas dos participantes. O evento teve cobertura do Jornal Agora e da RBS TV, que gravaram entrevistas com Ademir.

Já a palestra em Pelotas foi realizada às 18h, com a presença de dirigentes e delegados sindicais. Também compareceram dois diretores do Sindicato dos Bancários de Camaquã, que estão organizando um painel sobre Segurança Bancária para o próximo dia 11 de agosto. Houve igualmente espaço para debates. Ademir também concedeu entrevistas para o jornal do Sindicato e para a RádioCom.

O diretor da Contraf-CUT fez uma exposição, mostrando as várias frentes de luta dos bancários em todo país para garantir mais segurança para trabalhadores e clientes nos bancos. Ele destacou a Mesa Temática de Segurança Bancária na Fenaban e a Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) na Polícia Federal.

"A mesa temática significou a retomada em 2010 da Comissão de Segurança Bancária, prevista na convenção coletiva desde 1991, mas que poucas vezes tinha se reunido. Com os debates e a força da greve do ano passado, conquistamos uma nova cláusula de Segurança Bancária, que prevê atendimento médico ou psicológico para vítimas de assaltos e sequestros, registro do Boletim de Ocorrência Policial, possibilidade de realocação do bancário sequestrado e acesso às estatísticas semestrais de assaltos da Febraban", explicou.

Na CCASP, os bancos e empresas de segurança têm sido multados pelo descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e das normas da Polícia Federal. "Somente em 2010 os bancos foram multados em R$ 9,58 milhões, o que revela o descaso com a segurança de trabalhadores e clientes", denunciou.

Pesquisas

Ademir apresentou os números da 1ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, feita pela CNTV e Contraf-CUT, lançada na último 11, em Curitiba, com base em notícias publicadas pela imprensa, consulta aos dados disponibilizados por algumas secretarias estaduais de segurança pública e informações de sindicatos e federações de bancários e vigilantes de todo país.

"Ocorreram 838 ataques a bancos no primeiro semestre de 2011, média de 4,63 ocorrências por dia. Desses casos, 301 foram assaltos e 537 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos, incluindo o uso de explosivos. O Rio Grande do Sul ficou em sexto lugar, com 47 casos, sendo 12 assaltos e 35 arrombamentos", afirmou.

O dirigente sindical também exibiu os dados da pesquisa nacional de mortes em assaltos envolvendo bancos, elaborada pela Contraf-CUT, a partir de notícias da imprensa. No primeiro semestre deste ano, houve 20 assassinatos, sendo 11 em crimes de "saidinha de banco". Um dos casos ocorreu em Porto Alegre.

"Mais do que números, trata-se de mais um retrato assustador da insegurança nos bancos, o que deve servir como elemento de suma importância para a construção de medidas preventivas, que visem a proteção da vida de trabalhadores e clientes e a redução imediata das ocorrências", aponta Ademir.

Propostas

Ele defendeu a ampliação das leis municipais, a atualização da lei federal nº 7.102/83, a formação de Grupos de Trabalho de Segurança Bancária em todos os estados, a melhoria da segurança pública, a instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros e maior controle fiscalização do Ministério do Exército no comércio de explosivos. Também propôs mais parcerias com os vigilantes, que estão conquistando o adicional de 30% de risco de vida.

"Com lucros acima de R$ 12 bilhões no primeiro trimestre deste ano, os bancos não têm desculpa para não investir muito mais em segurança e fazer a sua parte para prevenir assaltos e sequestros", concluiu.

Fonte: Contraf com Fetrafi-RS e Seeb Pelotas e Rio Grande