Banco público começa a ter seriedade questionada pelas ações de seu presidente
As condutas do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, na festa de fim de ano do banco não param de gerar repercussões negativas e arranhar a imagem da estatal. Desta vez o ex-ombudsman do Itaú, Deives Rezende, que hoje é CEO e fundador da Condurú Consultoria, disse em entrevista site Metrópoles, que Pedro Guimarães seria demitido numa empresa séria e fiel ao seu código de conduta.
Na festa de fim de ano da estatal, chamada de “Nação Caixa” e que aconteceu nos dias 14 e 15, em Atibaia (SP), Guimarães induziu gerentes e lideranças da instituição a fazerem flexões comandados por um general e, até, darem cambalhotas acompanhados por uma ginasta profissional. Um dos vice-presidentes que deu cambalhota é oficialmente reconhecido pela estatal como uma pessoa com deficiência.
Deives Rezende revelou que a cena, que consistia na humilhação dos funcionários, causou-lhe “embrulho no estômago”. Também pontuou que os gestores e o alto escalão da Caixa podem se sentir submissos à conduta de Guimarães e por isso acataram as gincanas consideradas por ele abusivas.
“O assédio moral, sofrido pelos funcionários, é sintomático expondo a maneira como Pedro Guimarães considera as trabalhadoras e trabalhadores da Caixa”, destacou a coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara. “Desde que assumiu o comando da empresa, Pedro vem utilizando a Caixa para se autopromover. Em junho, denunciamos o número excessivo de viagens que ele realiza, quase todo o final de semana, em agendas de encontros com empresários e políticos locais, de várias regiões do país, propagandeando o governo”, completou.
Contraf-CUT notifica Caixa e MPT
No dia 16 de dezembro, a Contraf-CUT encaminhou um ofício à Caixa notificando-a do descumprimento de cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), da Convenção nº 190 da OIT e de princípios da Constituição Federal do Brasil, que impedem o ranking de empregados e o assédio moral praticado no evento de Atibaia.
A Contraf-CUT e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) também notificaram o Ministério Público do Trabalho (MPT), que já contatou o banco e recomendou que a empresa não submeta os empregados do banco público a flexões de braço e “a outras situações de constrangimento no trabalho”.
Fonte: Contraf-CUT