Inspirados pelos protestos que comemoraram o Dia Internacional da Mulher, dirigentes sindicais são categóricos ao afirmar que a luta tem de continuar – Os protestos que tomaram as ruas do Brasil em comemoração ao Dia Internacional da Mulher foi a pauta principal da inauguração da reforma da sede principal da Contraf-CUT, no Centro de São Paulo, na noite desta quarta-feira (8). A data foi escolhida para aproveitar a presença das delegadas e dos delegados de todo o país que participarão do Congresso Extraordinário da Contraf-CUT, que acontece nos dias 08, 09 e 10 de março, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, também na região central paulistana.
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Para Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, o dia de hoje foi emblemático, um símbolo para a abertura do Congresso Extraordinário da Contraf-CUT e também para a reinauguração da sede. “Hoje nós acompanhamos em todo o Brasil uma luta linda, pois não eram pessoas que estavam batendo panelas para ter o seu pais de volta. Eram pessoas na rua para ter mais direitos, mais empregos, mais segurança e mais conquistas para a sociedade como um todo. Eu tenho um grande orgulho de militar ao lado de companheiras que nos ajudam a avançar para um mundo melhor. Um mundo só será melhor sem machismo, sem fascismo, sem retrocesso”, completou.
O presidente da Contraf-CUT explicou que a reforma da sede foi pensada para toda a categoria. “As reformas que estão fazendo no Brasil não são para melhorar nada, são para retirar diretos, para acabar com a classe trabalhadora”, disse. “Nesta nossa reforma, nós criamos um arquivo da categoria bancária. Por isso, pedimos aos companheiros que têm lembranças, como documentos e fotos, que nos emprestem para digitalizar e eternizar a luta dos companheiros que criaram a nossa história. Aqui, na nossa casa, todos e todas são muito bem-vindos”, convidou.
Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e que representou a CUT Nacional no evento, também destacou o dia de luta das mulheres nesta quarta-feira. “Foi um dia especial, de luta e resistência. A violência contra a mulher é contra todas. O desmonte do estado, da seguridade e das políticas sociais, que está sendo imposto pelo governo golpista, pela elite branca, machista, leva à exclusão econômica dos trabalhadores e torna as mulheres ainda mais vulneráveis a todo tipo de violência”, afirmou.
Juvandia também ressaltou a importância da realização do Congresso Extraordinário da Contraf-CUT em uma conjuntura tão adversa: “É momento certo para organizar resistência e as formas de luta contra a Reforma da Previdência, a trabalhista e a terceirização. Quem ganha com estas reformas são os banqueiros, os empresários. O Banco Itaú defende a reforma da Previdência porque quer vender previdência privada. É uma excrescência, um absurdo, que vai jogar o povo na miséria. Querem liberar o Estado para pagar ainda mais juros da dívida. É uma violência contra todo o povo brasileiro.”
Segundo Rita Berlofa, presidenta da Uni Finanças Mundial, é um grande orgulho participar deste evento, principalmente na condição de presidente da Uni Finanças. “Muito me orgulho deste compromisso, desta responsabilidade em que todos lutamos juntos. É um momento extremamente delicado para a classe trabalhadora, onde os desafios colocados são imensos, não só pelo avanço da direita, mas também pela onda do avanço da tecnologia”, ressaltou Rita Berlofa, que também parabenizou as mulheres pela grande mobilização realizada neste dia de luta. “Esperamos que esta Reforma da Previdência não passe porque além de prejudicar a todos prejudica ainda mais as mulheres”, concluiu.
Aline Molina, presidenta da Fetec-SP, representou todas as federações presentes e aproveitou para pedir uma reflexão pelo Dia Internacional das Mulheres. “Hoje passamos pelo primeiro 8 de Março depois de um golpe contra a presidenta Dilma Roussef. Voltamos para um país sem esperança para mudar este cenário de menores salários, menores oportunidades. Porém, nossa maior luta hoje deixou de ser por tudo isso, nossa grande luta é pela vida. Chega de machismo entre nós, chega de machismo onde nós estivermos. Machistas, fascistas, não passarão!”, puxou o grito de luta que se espalhou por todo o auditório.
Também estiveram no evento representantes de sindicatos de bancários da América do Sul, como a La Bancária, da Argentina, a Fetraban, do Paraguai, e a AEBU, do Uruguai, além de uma delegação da SNEB, de Moçambique. Também compareceram Angelo Di Cristo, chefe mundial da UNI Finanças e Guilhermo Maffeo, Diretor da Uni Américas Finanças. O presidente da Uni América Finanças, Sergio Palazzo, enviou uma mensagem em vídeo, em apoio a luta dos trabalhadores brasileiros.
Ângelo Di Cristo falou em nome da delegação estrangeira. “A Contraf-CUT tem um papel muito importante na luta dos trabalhadores. Só tenho a agradecer à Contraf-CUT por confiar no trabalho do movimento sindical internacional como um todo. A Contraf-CUT é um braço muito importante do nosso trabalho e contamos com a parceira de vocês para enfrentar o difícil cenário trabalhista que se apresenta em todo o mundo.”
Além do centro de memória da categoria bancária, a reforma contou com a ampliação do auditório e da sala dos diretores e a construção de uma nova sala de reuniões e de novos banheiros.