É inegável a insatisfação dos brasileiros com o governo Temer – O agravamento da crise econômica e o crescimento do desemprego só tem feito aumentar a percepção de que as medidas adotadas até aqui, como o congelamento dos investimentos públicos e os ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários, não correspondem aos reais interesses da sociedade brasileira.
Mesmo com os transtornos que o bloqueio das estradas e o desabastecimento de combustíveis e mercadorias têm causado, a mobilização dos caminhoneiros conquistou rapidamente o respaldo da população, numa demonstração do descrédito da atual equipe econômica e da desesperança generalizada com os rumos do país.
A responsabilidade pela desenfreada escalada nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha é do governo Federal e da política de desmonte da Petrobrás, pois ao reduzir a capacidade de refino da estatal e ao adotar como referência os preços internacionais do barril de petróleo, o abastecimento interno tornou-se refém dos interesses das companhias internacionais e dos especuladores do mercado.
Situação semelhante vem ocorrendo em relação ao Sistema Financeiro brasileiro.
Assim como a Petrobrás, os bancos no país, em particular os bancos públicos, deveriam atuar alinhados a um projeto de desenvolvimento da economia nacional para a retomada do crescimento e da geração de empregos.
Ao contrário, Temer e seu governo aplicam medidas cada vez mais restritivas ao crédito produtivo e ao financiamento da produção, descapitalizando o BNDES e esvaziando o papel do Banco do Brasil e da Caixa Federal como indutores da economia.
Se a mobilização contra os abusivos aumentos da gasolina, diesel e gás conquistaram rapidamente a simpatia da população, não há como justificar que as taxas de juros praticadas pelos bancos brasileiros e o endividamento sem precedentes dos brasileiros e brasileiros não mereça igual ou maior reação por parte da sociedade.
Por outro lado, a exemplo dos caminhoneiros que se mobilizaram em todo país a favor das suas reivindicações, nós bancários e bancárias, temos o compromisso intransferível de lutarmos por nossos direitos e empregos.
Se a solidariedade entre os trabalhadores é fundamental para a garantia e a preservação dos direitos, uma sociedade melhor para todos somente se tornará realidade se cada um e cada uma fizer a sua parte.
SEEB Floripa