Para dirigentes, banco é o que mais promove ataques aos direitos dos trabalhadores e persegue a representação sindical
Com o tema “Contra a precarização, em defesa da vida e do emprego”, o Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, realizado nesta terça-feira (3), destacou, logo na abertura, os ataques que o banco promove aos direitos dos trabalhadores e a truculência na relação com as representações sindicais que os defendem.
Os trabalhadores ressaltaram que o Santander é o banco que mais promove ataques aos direitos dos seus funcionários e práticas antisindicais. No entanto, as representações dos trabalhadores têm conseguindo importantes vitórias contra o banco.
“Infelizmente o banco tem procurado uma via de confronto com o movimento sindical. Isso tem prejudicado os trabalhadores, mas o movimento sindical não tem deixado o banco fazer o que quer sem lutar contra estes desmandos. E, nestas últimas semanas, conseguimos importantes vitórias nesta luta diária que temos contra o Santander neste momento, tanto via COE (Comissão de Organização dos Empregados), quanto via Comando Nacional dos Bancários”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Este encontro é importante para pensar e organizar essa importante luta, seja via negocial, ou nas batalhas sindicais e judiciais contra as medidas tomadas pelo banco”, completou.
Para o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção, este talvez seja um dos mais importantes encontros dos bancos privados. “O Santander tem sido o banco que mais tem promovido ataques aos direitos dos trabalhadores. Precisamos fazer um bom encontro para sairmos fortalecidos nesta luta em busca de nossos direitos e em defesa de nossas conquistas”, ressaltou.
Gestão truculenta
A presidenta da UNI Finanças, Rita Berlofa, lembrou que o banco já foi tido como um dos que mais atendia as reivindicações dos trabalhadores e que as mudanças ocorreram na gestão de Sergio Rial.
“Estamos no dia a dia nesta luta insana com o Santander, que antes era um dos bancos onde conseguíamos mais avanços, mas, nesta atual direção, o banco se transformou no pior banco na relação com os trabalhadores. E isso tem nos obrigado a buscar a via judicial, mas essa não é nossa intenção. Sempre buscamos a via negocial, mas, diante da truculência do banco, estamos obtendo importantes vitórias na Justiça”, destacou.
Rita ressaltou a importância do debate sobre as mudanças que estão ocorrendo na gestão do banco.
“Temos que avaliar estas mudanças que estão sendo promovidas na gestão banco, que tendem a nos mostrar que o banco continuará a buscar a via judicial e não a negocial na relação com os trabalhadores e suas entidades de representação”, disse, ao informar sobre a saída de Rial da presidência, mas sendo mantido no Conselho Deliberativo e a entrada de um diretor da área Jurídica para a área de RH do banco, que é a responsável pela negociação com os trabalhadores.
Luta na pandemia
Ao final da mesa de abertura, destacou-se o momento de crise sanitária e econômica no país e no mundo.
O presidente da Associação dos Funcionários do grupo Santander Banespa, Cabesp e Banesprev (Afubesp), Camilo Fernandes, lembrou das adequações que os trabalhadores tiveram que promover nas formas de luta por seus direitos neste momento de pandemia.
“A luta contra os ataques do Santander não é fácil, mas, mesmo neste momento de pandemia estamos conseguindo enfrentar o Santander e estamos obtendo importantes vitórias.
Ao final da mesa, todos foram convidados a fazer um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da Covid-19 e, em seguida a mesa foi encerrada com um vídeo do dirigente Adelmo de Assis Andrade, diretor de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários da Bahia, que se recuperou após ficar internado na UTI depois de ter sido contagiado pelo novo coronavírus.