Na semana passada, após outra reunião fracassada entre as partes, tanto os aeroviários (trabalhadores em solo), quanto os aeronautas (tripulantes e comissários de bordo), ratificaram a greve a partir do dia 23. Se a paralisação realmente ocorrer, será a primeira vez que as categorias cruzam os braços conjuntamente, no país todo.
A única condição para que a greve não ocorra, segundo os trabalhadores, é as empresas aumentarem a proposta de reajuste. As categorias acusam as companhias e o sindicato patronal de terem sido intransigentes durante as negociações. O Snea nega e diz que desde o início as empresas estiveram abertas para a negociação.
As categorias afirmam que respeitarão a legislação que prevê pelo menos 30% do pessoal trabalhando. Além do reajuste salarial, os trabalhadores reivindicam um aumento de 30% sobre o piso. O percentual oferecido pelas empresas tem como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O Snea afirmou que a proposta não será aumentada, mas disse que as companhias estão dispostas a continuar negociando.
Companhias não acreditam na greve
Antes da reunião de hoje, as companhias diziam que não estão trabalhando com a hipótese de a greve ocorrer de fato e, portanto, não apresentaram medidas para minimizar o impacto de uma possível greve em pleno Natal.
A TAM alegou que "sempre negocia condições que sejam boas para os funcionários e para a companhia". "Assim, como acontece todo ano, estamos confiantes de que vamos concluir adequadamente esse processo", afirma a companhia.
Já a GOL diz que as negociações com os sindicatos prosseguem e afirma "não acreditar que o processo [de negociação] deixe o caminho do diálogo e do bom senso". A Azul informa que não irá se posicionar enquanto não for notificada sobre a greve. A empresa diz que está acompanhando as negociações e, se houver necessidade, poderá implementar medidas especiais.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que as empresas precisam informar em tempo hábil os passageiros sobre eventuais cancelamentos decorrentes da greve e reembolsar o valor integral da passagem. Caso não consiga entrar em contato com o usuário, as companhias são obrigadas a garantir alimentação, telefone ou internet, transporte e hospedagem aos clientes prejudicados.
Fonte: UOL Notícias