Em carta aberta, grupo de funcionários critica falta de critérios objetivos para rebaixamento de funcionários e outros pontos negativos da implementação do novo modelo – O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região tomou conhecimento da carta, apesar de nunca ter recebido uma denúncia formal por parte de nenhum profissional do setor. Também não é possível afirmar se o texto representa a visão da totalidade dos bancários lotados nos escritórios digitais.Após o vazamento de um e-mail expondo de forma humilhante bancários dos escritórios digitais do Banco do Brasil, o Sindicato intensificou o acompanhamento da implantação deste novo modelo. Agora, um grupo de funcionários dos escritórios digitais redigiu uma carta aberta criticando diversos pontos relativos à questão.
No documento, o grupo critica a falta de suporte e treinamento diante destas mudanças recentes, que acarretaram em sobrecarga de trabalho. Houve, inclusive, um caso de um gerente geral que sofreu um AVC no banheiro do escritório e agora encontra-se internado.
“O que mais está pegando na implementação deste novo modelo é o aumento do volume de trabalho. Nas agências tradicionais havia uma proporção de um assistente para cada dois gerentes. Aqui, a proporção é de um assistente para cada três gerentes. Sem contar que nos Centros Empresariais, onde os superintendentes regionais encontram-se presentes, a pressão por resultados é ainda maior”, explica Ana Beatriz Garbelini, diretora do sindicato, que acompanha de perto a situação.
A situação descrita pela dirigente é reforçada pelo documento redigido pelos bancários. “Encontra-se pouca orientação efetiva para atuação neste novo modelo, sendo que não há sequer norte em assessores e consultores quanto a diversos produtos que se apresentam como meta. (…) Os administradores desqualificam os funcionários de forma arrogante e sem ética, porém sem se responsabilizarem por suas equipes”, diz o texto.
“Este é um modelo que vem sendo implementado a toque de caixa, causando problemas inclusive para a saúde dos bancários. A gente quer que o banco abra um canal de negociação para discutir esta transição e que coloque superintendentes regionais devidamente capacitados para a operação”, defendeu o secretário de Assuntos Jurídicos do SPBancários, João Fukunaga, membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).
Com o recebimento da carta, o sindicato levará ao banco as indagações ali contadas, para que a direção tome ciência e assuma uma posição. Além disso, a entidade vai intensificar ainda mais o acompanhamento desta denúncia. Cabe reforçar que é de vital importância que todos os bancários reportem aos seus sindicatos as práticas abusivas no local de trabalho. O sigilo do denunciante é garantido!