Um acidente de trabalho fatal acontece a cada dois minutos na América Latina. A maioria foi vítima de "negligência patronal", denunciou Víctor Báez Mosqueira, secretário-geral da Confederação Sindical de Trabalhadores/as das Américas.

De acordo com as cifras da OIT e da Organização Mundial da Sáude (OMS) apresentadas por Báez, isso soma um total aproximado de 240.000 trabalhadores mortos a cada ano, 657 por dia. E isso, sublinhou, sem contar as mortes em conseqüência das enfermidades trabalhistas. No total, a América Latina registra 30 milhões de acidentes de trabalho por ano.

O secretário-geral da CSA alertou que "os empregadores querem jogar nas mãos dos próprios trabalhadores a responsabilidade pelo seu cuidado". Porém, segundo o dirigente, para economizar, as empresas não entregam aos seus empregados os meios de proteção necessários.

A situação é, sem nenhum tipo de dúvidas, pior do que apontam estes dados, pois as cifras ficam pequenas, já que não levam em conta que em torno da metade da população trabalhadora está no chamado setor informal e não conta com nenhuma proteção nem sequer registro dos casos. Organismos internacionais calculam que o percentual de acidentes declarados, com dados até 2009, seja tão somente de 20% a 25%.

Entre os mais afetados por esta situação, como quase sempre, estão os mais débeis, a população infantil e as mulheres. A OIT estima que a cifra de meninos e meninas entre 5 e 14 anos que encontra-se trabalhando é de 17,5 milhões, dos quais 22.000 morrem anualmente em acidentes laborais.

A desastrosa situação se complica porque os recursos públicos normalmente são claramente insuficientes e, especialmente, pelo "comportamento repressivo de alguns governos e associações patronais que impõem fortes restrições à atividade dos sindicatos", sublinhou Báez.

A CSA expressou seu rechaço ao que caracterizou como uma lógica empresarial que põe preço à saúde dos trabalhadores e onde os acidentes são contabilizados em termos monetários. Por outro lado, recordou o compromisso dos governos da região com a Estratégia Iberoamericana de Saúde e Segurança no Trabalho.

O documento, assinado em 2009, compromete os governos da América Latina, Espanha e Portugal. É um bom instrumento de trabalho, os trabalhadores e seus representantes legais podem e devem exigir o cumprimento do mesmo para buscar melhorar a cultura preventiva e o registro de acidentes e enfermidades.

Mais informações no site da CSA: www.csa-csi.org

Fonte: CSA

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