Em assembléia realizada no último sábado, dia 25, no E. C. Banespa, em São Paulo, foram aprovadas as contas do exercício de 2008 do Banesprev com a ressalva acerca da obrigação do Santander, como patrocinadora, aportar os recursos correspondentes ao chamado "serviço passado". Compareceram 446 participantes e assistidos de todo País, muitos sendo procuradores, totalizando 1.551 votos. Houve apenas dois votos contrários à ressalva e duas abstenções.

As contas foram apresentadas pelos ex-diretores eleitos Camilo Fernandes (administrativo) e Walter Oliveira (financeiro). "Apesar dos sustos proporcionados pela economia mundial, o Banesprev encerrou 2008 de forma positiva", avaliou Camilo, que também é diretor da Contraf-CUT. Embora o resultado financeiro não tenha sido o aguardado, todos devem permanecer tranquilos. "Não precisamos nos desfazer de nenhum ativo para suprir compromissos", disse Walter.

Plano II

Os participantes e assistidos do Plano II analisaram o déficit apurado em 2008, que foi de R$ 373 mil. No entanto, eles votaram pela manutenção do custeio atual, rejeitando as propostas do atuário, que indicou o aumento das contribuições dos participantes e a redução das contribuições das patrocinadoras.

Caso isso fosse aprovado, os funcionários pagariam mais e o Santander menos. Para as entidades sindicais e representativas, o que deve ocorrer, antes de qualquer alteração no custeio, é o aporte do "serviço passado" pelo banco.

Plano V

Também foi aprovada pelos presentes a proposta dos conselheiros fiscais eleitos José Reinaldo Martins e Mário Raia contra a apropriação pelo Santander do superávit de R$ 137 milhões do Plano V no balanço de 2008. O objetivo é evitar a sua compensação com a dívida assumida pelo Santander para com o Banesprev.

Essa não é a primeira vez que isto acontece. Em 2007, o Santander se apropriou de R$ 150 milhões, trazendo prejuízos para os participantes e assistidos do Plano V. Esses valores poderiam estar formando reservas, que serviriam de base para a esperada carteira de empréstimo.

Moção de repúdio ao Santander

Ao final da assembléia, os presentes aprovaram por unanimidade a moção de repúdio ao Santander, apresentada pela diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa. "Repudiamos as demissões de funcionários, muitos às vésperas da aposentadoria e com problemas de saúde adquiridos no trabalho", destaca a moção.

"Ao invés de dispensar trabalhadores que, assim como nós, ajudaram a construir a grandeza do banco, o Santander deveria respeitar os empregos e dos direitos dos funcionários e aposentados", ressalta o texto.Veja a íntegra da moção aprovada:

"Nós, participantes e assistidos do Banesprev, reunidos em Assembléia Geral Ordinária, repudiamos as demissões de funcionários, muitos às vésperas da aposentadoria e com problemas de saúde adquiridos no trabalho. Ao invés de dispensar trabalhadores que, assim como nós, ajudaram a construir a grandeza do banco, o Santander deveria respeitar os empregos e dos direitos dos funcionários e aposentados.

Santander, respeite o Brasil e os brasileiros!

Não às demissões!

São Paulo, 25 de abril de 2009".

Fonte: Contraf-CUT