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Folha.com A insegurança que toma conta dos proprietários de estabelecimentos comerciais, que mantêm no interior de suas dependências caixas eletrônicos, levou a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) a sugerir a retirada dos equipamentos.

Segundo informações da assessoria de imprensa da ACSP, a orientação divulgada nesta terça-feira, dia 24, é dirigida aos pontos de comércio – como mercados e lojas de conveniência – que não se sentem seguros em manter o serviço. Não se aplica a locais como shoppings centers e grandes redes de supermercado, por exemplo.

 

Novos crimes

Na madrugada desta terça-feira, bandidos explodiram dois equipamentos instalados em pequenos pontos comerciais: um supermercado em São Mateus, na zona leste da capital, e uma padaria em Taubaté, interior de São Paulo.

De acordo com o diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo e participante da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) da Policia Federal, Daniel Reis, ao instalar um caixa eletrônico em um estabelecimento comercial, independentemente de seu porte, os bancos também teriam de disponibilizar um plano de segurança para que os locais e seus usuários sejam protegidos.

"Essa obrigatoriedade foi reivindicada pelos trabalhadores para que conste no substitutivo de projeto à Lei nº 7.102/83, que prevê, entre outras coisas, que a segurança bancária deve ser feita por empresas privadas. Os bancos têm de ser responsabilizados pela integridade dos usuários e dos funcionários que trabalham em locais que têm caixas eletrônicos", defende.

Lona preta

Para o presidente da ACSP, Rogério Amato, se este tipo de roubo continuar, a tendência é que donos de pequenos negócios – como farmácias, postos de gasolina e lojas de rua – desistam de ter o caixa. Segundo ele, muitos comerciantes estão cobrindo o caixa com uma lona preta, para evitar chamar a atenção de criminosos.

Além da possibilidade de o estabelecimento roubado ficar "marcado" entre os clientes, em muitos casos o comerciante pode acabar precisando pagar uma parte dos danos causados pela explosão do caixa, diz Amato. Segundo ele, não existem normas específicas para o tema.

Desde o dia 9 de maio, ao menos nove casos de roubo a caixas eletrônicos foram registrados na Grande São Paulo.

As ações têm características semelhantes: são rápidas, com quadrilhas armadas e o uso de explosivos. Mercados e agências bancárias fechados são os alvos preferenciais dos bandidos.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo e Folha.com