Quando comparados os números do terceiro trimestre com os do segundo trimestre do ano, o crescimento dos ativos do Bradesco, de 9,6%, ainda se mantém como o mais forte. O avanço do Itaú Unibanco foi de 5,3% e o do Santander, de 3%. O que se percebe é que a velocidade imprimida pelo Itaú Unibanco vem aumentando. As concessões de empréstimo oferecem uma boa medida dessa reação. A carteira de crédito do Itaú Unibanco registrou expansão de 5,7% entre o segundo e terceiro trimestres de 2010, índice superior ao do sistema financeiro nacional, que segundo o Banco Central cresceu 5,4%. Nesse mesmo período, a carteira de Bradesco aumentou em 4,4%, e a do Santander, em 5,5%.
Ao mesmo tempo, análise dos números mostra que o forte crescimento no trimestre dos ativos do Bradesco, que sempre se destacou pelo crédito, foi sustentado por forte expansão de 25% da carteira de títulos e valores mobiliários, que atingiu R$ 196 bilhões.
"A integração, de fato, tirou a ênfase das operações com clientes, em alguns momentos, mas isso já não acontece mais", afirma Rogério Calderon, diretor de controladoria do Itaú Unibanco. "Temos toda capacidade para manter a liderança."
O Bradesco perdeu o posto de número 1 do mercado no início de 2009, logo depois de o Itaú anunciar a fusão com o Unibanco.
No conjunto, os três maiores bancos privados do país lucraram R$ 7,496 bilhões no terceiro trimestre de 2010. Somados, os ativos totais atingiram R$ 1,656 trilhão. Além da expansão do crédito, contribuiu para os resultados a manutenção da tendência de queda das despesas com provisões para devedores, que nos 12 meses encerrados em setembro encolheram 29,4%.
O segmento de pequenas e médias empresas despontou como o principal motor do crédito nos balanços do terceiro trimestre. No Bradesco, avançou 27,6% em 12 meses e 6,7% na comparação com o trimestre anterior, liderando a expansão dos estoques. No Itaú Unibanco, o saldo da modalidade evoluiu ainda mais (30%), para R$ 76,4 bilhões. Só perdeu para o crédito imobiliário, que apresentou alta de 41,4%, mas sobre um estoque pequeno, de R$ 7 bilhões ao fim de setembro.
Até mesmo o Santander, que vinha exibindo um comportamento tímido frente à concorrência, reagiu e, nesse terceiro trimestre, colocou o caixa para girar. O segmento de pequenas e médias empresas figurou como o grande destaque da carteira de crédito, com expansão 14,7% nos 12 meses encerrados em setembro. Carlos Galán, vice-presidente executivo de finanças do Santander, contou que foi tomada uma série de medidas para revigorar a área, que contemplou desde a mudança de comando até a incorporação de outras equipes, como a de risco, para junto da área comercial. "Demoramos, mas a boa notícia é que reagimos."
Fonte: Valor Econômico / Aline Lima, de São Paulo