O HSBC divulgou nesta segunda-feira (27) lucro líquido mundial de US$ 16,797 bilhões em 2011. No mesmo dia em que o grupo inglês anunciou o aumento de 27,6% nos lucros, comparativamente a 2010, os bancários do HSBC receberam em seus holerites a segunda parcela da Participação dos Lucros e Resultados (PLR), prevista pela Convenção Coletiva do Trabalho (CCT), e os pagamentos dos programas próprios (PPR/PSV).

"Novamente, o banco realizou o desconto do PPR/PSV nos valores da PLR. Esta política equivocada e injusta do banco provocou muita revolta dentre todos os funcionários, que se sentem envergonhados quando comparados aos demais colegas bancários", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

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"Mesmo com as repetidas cobranças do movimento sindical, o HSBC insiste em manter o desconto do PPR/PSV. Reivindicamos que os valores do PPR/PSV sejam somados aos da PLR para todos, e não descontados. Caso contrário, o programa próprio se torna uma farsa. Muitos dos funcionários nada recebem de PPR/PSV, apesar de se esforçarem e atingirem as metas. A maioria dos bancários acaba recebendo apenas o pagamento já assegurado pela negociação nacional dos bancários e, com isso, o HSBC esvazia seu próprio programa de remuneração", salienta Miguel.

De acordo com o dirigente sindical, os sindicatos irão intensificar os protestos e ações para cobrar do banco mudanças que dialoguem com as necessidades dos bancários e recompensem de fato todo o esforço de todos no atingimento das metas. "Não vamos aceitar paliativos, como já adiantados pelo HSBC como solução. A começar pela efetivação de negociações com as entidades sindicais e não mais na comissão interna de funcionários", frisa.

Protesto

Na última sexta-feira (24) ocorreram em vários estados manifestações e protestos contra a compensação do PPR/PSV na PLR. Para subsidiar as manifestações, a Contraf-CUT disponibilizou jornal nacional às entidades sindicais. Essas manifestações foram intensificadas após negociação frustrada com o banco, em 31 de janeiro, na qual foi mantida a compensação.

Regra básica da PLR

Pela convenção coletiva, cada funcionário deve receber o pagamento da regra básica da PLR (90% do salário mais R$ 1.400, limitado a R$ 7.827,29).

Se ao final do pagamento da regra básica, o montante distribuído não atingir 5% do lucro líquido do banco, o valor deve ser aumentado até atingir 2,2 salários, limitado a R$ 17.220,04, o que vier primeiro.

Do crédito da regra básica, será descontada a antecipação da primeira parte feita em 2011, equivalente a 54% do salário mais R$ 840, limitado a R$ 4.696,37.

Parcela adicional da PLR

Cada bancário também deve receber o restante da parcela adicional da PLR, cujo valor total é calculado com base na distribuição linear de 2% do lucro líquido de 2011 entre todos os empregados, com teto de R$ 2.800. Esse montante é pago sem desconto nos programas próprios de remuneração variável.

Do pagamento da parcela adicional será deduzida a antecipação feita em 2011, limitada a R$ 1.400.

Lucro mundial do HSBC

Do resultado antes de impostos de 2011, de US$ 21,872 bilhões, 21,3% foi obtido na Europa, 26,6% em Hong Kong, 34,2% no restante da região Ásia-Pacífico, 6,8% no Oriente Médio e Norte da África, 0,5% na América do Norte e 10,6% na América Latina.

Já a receita operacional total do banco aumentou 4,3% no período e somou U$S 83,461 bilhões no ano passado. As despesas operacionais subiram 10,2% em 2011 na comparação com o ano anterior e somam US$ 41,545 bilhões.

Em nota, o banco inglês afirmou que o resultado só não foi maior porque foi impactado com os pagamentos de maiores remunerações nos países emergentes.

"Vamos aguardar a publicação dos resultados especificamente no Brasil para voltarmos a essa temática, inclusive a partir da Resolução do BC nº 3921/2010, que determina a divulgação pelos bancos dos montantes destinados a seus executivos sob a forma de bônus e ou participação nos resultados", aponta Miguel.

Fonte: Contraf-CUT com Valor Economico

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