Os bancos na União Europeia podem ter de levantar 29 bilhões de euros após os "testes de estresse" deste ano, segundo pesquisa do Goldman Sachs. Nove das 91 instituições de crédito analisadas podem não passar nos testes, de acordo com a média das respostas de 113 participantes em informe elaborado pelos analistas Jernej Omahen, Peter Oppenheimer, Christian Mueller-Glissmann e Peter Skoog, divulgado ontem.
 

Os bancos espanhóis, alemães e gregos precisariam levantar a maior parte do novo capital, segundo a pesquisa. A parcela dos participantes para quem os resultados dos testes são "confiáveis" foi menor que a pesquisa realizada em 2010.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) informou que, sob os cenários traçados para este ano, os bancos têm de manter taxa de capital básico de nível 1 de pelo menos 5%. Os testes incluem uma análise de como os bancos se sairiam em caso de retração econômica de 0,5% na região do euro em 2011 e declínio de 15% nos mercados acionários europeus. A divulgação dos resultados dos exames pode ser adiada até julho, segundo uma autoridade da EBA.

"Um mês antes do anúncio dos resultados, parece haver pouco consenso sobre quanto precisaria ser levantado e qual seria o impacto", disseram analistas do Goldman Sachs. Apenas 22% dos consultados disseram-se confiantes nos resultados dos testes, em comparação aos 35% que um ano atrás disseram ver os resultados como um "reflexo confiável" da resiliência dos bancos em períodos de desaceleração econômica, de acordo com os analistas.

Cerca de 67% dos participantes foram consultados na Europa, 27% nos Estados Unidos, 2% na Ásia e 4% em outros lugares, segundo o Goldman Sachs.

Dos consultados, 57% acreditam que a reestruturação dos títulos de dívidas soberanos da Grécia é algo "quase certo", sendo que 16% disseram o mesmo sobre os da Irlanda e 13%, sobre os de Portugal.

Fonte: Charles Penty – Bloomberg

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