Quem é atrelado a quem, caras-pálidas? – A Folha de São Paulo estampa neste domingo em sua capa crítica ao movimento sindical, destacando que há despreparo dos representantes dos trabalhadores e atrelamento da CUT ao governo. É engraçado! Quem é atrelado a quem?

A CUT e seus sindicatos não aceitam esse conhecido estratagema da elite mancomunada com os empresários da mídia para tentar alienar a classe trabalhadora sobre quem representa quem nos dois lados do embate entre capital e trabalho.

Chega de mentiras e ilações plantadas pela direita, pelos empresários e seus asseclas da grande imprensa.

Quem é a Folha de São Paulo para falar de movimento sindical, principalmente da CUT? Quem essa família Frias pensa que é?

Por acaso, esse jornalão de empresários paulistas é o mesmo que dias atrás abriu a maior polêmica com os movimentos de direitos humanos e pessoas de bem do país ao querer reescrever a história recente do Brasil e chamar a ditadura militar de "ditabranda".

Com certeza, nenhum parente ou agregado da família Frias foi vítima da "ditabranda" que "matou menos" que as outras. Aliás, no período da ditadura militar brasileira, a Folha fez foi crescer. Estranho, não?

Existe uma luta de classes em andamento, como sempre houve.

Mais que isso, existe uma disputa de projeto de hegemonia para o Brasil e a América Latina, que se dará daqui a 18 meses, quando teremos eleições presidenciais no país, que hoje é referência para o "primeiro" mundo, em crise muito mais grave que a nossa.

A grande mídia dos empresários está indignada pelo fato de a CUT não ter cedido à ladainha bem orquestrada de redução de salários, pautada insistentemente por Globo, Editora Abril e jornalões. Apoiada, infelizmente, pela Força Sindical, criada no início da década de 90 para isso mesmo.

É evidente que em momentos de crise as diferenças de princípios afloram entre os diversos matizes do movimento sindical.

A CUT chamou a classe trabalhadora à unidade desde sua criação e não foi diferente durante os últimos anos, em que avançamos em diversas conquistas para o povo brasileiro como a política de aumento do salário mínimo, que é uma das grandes responsáveis pelo aumento da renda do trabalho e pelo crescimento interno brasileiro, que fez com que o Brasil sentisse de forma menos intensa a crise financeira internacional que está levando vários países à bancarrota.

Quando a Força Sindical aceitou de cara a redução de salários proposta pelos capitalistas, a CUT se apresentou dizendo não e mudando a pauta até então imposta pela grande imprensa. E organizou os trabalhadores para o enfrentamento, além de cobrar sim dos governos que exigissem contrapartidas sociais aos setores beneficiados pelos pacotes anticrises e benefícios fiscais.

A CUT e seus sindicatos seguirão lutando pela manutenção do emprego e do salário e por aumento real, porque foi essa política que distribuiu renda e fez com que o Brasil crescesse nos últimos seis anos, inclusive o setor empresarial, que não enxerga um palmo à frente do nariz, pois cortar emprego e salário é cortar consumo e cortar consumo é reduzir os ganhos das empresas e o ciclo da renda produtiva no país.

Agora, quanto a quem está atrelado a quem, basta ver alguns fatos não muito divulgados para perceber.

Leia um pouco sobre o PSDB e José Serra enchendo os cofres da Editora Abril com dinheiro público em blogs do Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif, http://www.paulohenriqueamorim.com.br/ e http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/.

É evidente que as publicações da Abril, como Revista Veja, e outras tranqueiras não vão falar mal e contra o que pensa esses senhores feudais paulistas.

O que dizer então do Estadão, que foi favorável ao golpe militar em 64? Alguém da classe trabalhadora pode se basear em informações da Folha "ditabranda"?

E a Rede Marinhos Globo e William Bonner, que diz ser o povo brasileiro um monte de Homer Simpson, o simplório e simpático cidadão cabeça-vazia?

Trabalhadores e povo brasileiro, uni-vos contra os falsos formadores de opinião, paus-mandados do capital!

Artigo de William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf/CUT.

Fonte: Contraf/CUT