Mais uma vez os dados econômicos desmentem os candidatos de oposição, a TV e os jornais, que insistem em afirmar que o Brasil está em “recessão técnica” (termo inventado para não dizer que não estamos em recessão). Tal cenário seria devido à queda na produção, principalmente a industrial, e no nível de emprego, além do descontrole da inflação.

Porém, no último dia 11, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) anunciou que no mês de agosto 101.425 postos de trabalho formais foram criados, gerando um acumulado no ano de mais de 700 mil novos empregos.

“Ah, mas foi menos que um ano atrás!”, alardeou a mídia, “estamos caindo”.

É evidente que não, pois a conjuntura econômica global não voltou a crescer e ainda não atinge patamares otimistas. Mesmo assim é um dado significativo e que se destaca da maioria das economias de outros países. Hoje o Brasil registra quase 49 milhões de empregos registrados (CLT e estatutários) e no período 2003 e 2013 houve a geração de mais de 20 milhões de novos empregos formais. Mesmo em ritmo mais lento, os saldos mensais medidos pelo CAGED continuam positivos.

Para quem não se lembra, nos anos 1990, período neoliberal em que o PSDB governou, as taxas de desemprego eram elevadíssimas – superaram os 12% e quem ficava desempregado levava meses para conseguir nova vaga. Essa situação deixou as famílias brasileiras em total abandono e sem perspectiva de futuro para os seus filhos. Jovens eram desencorajados a estudar para buscar ocupação e ajudar no sustento das famílias.

Atualmente o contexto é muito diferente, no qual os jovens têm a possibilidade de se dedicar exclusivamente aos estudos, já que seus pais têm salários maiores do que doze anos atrás. Além disso, devido aos altos investimentos federais no ensino superior, como o programa PROUNI, a juventude pôde aspirar a um diploma de nível superior em centenas de faculdades e universidades abertas pelo Brasil afora. Hoje há um registro de que diminuiu o número de pessoas em busca de emprego. Em grande parte porque muitos jovens estão adiando sua entrada no mercado de trabalho porque há mais oportunidades de estudo.

Comparando esses cenários, não podemos concordar com uma volta ao passado recente, que é o que aconteceria com a eventual vitória de Marina Silva ou Aécio Neves. Os dois personificam um projeto de Brasil que propõe medidas que faziam parte do Consenso de Washington – independência do Banco Central, ajuste fiscal, Estado mínimo, modernização das relações de trabalho (através da terceirização sem limites) e diminuição do investimento público. São medidas que o FMI receitou ao Brasil, quando estávamos presos a uma divida impagável, e também à Grécia, Portugal e Espanha que hoje apresentam os índices de desemprego mais altos do mundo.

Não queremos retrocessos, queremos seguir no caminho que vem sendo traçado pelo Brasil na última década. Queremos mais empregos e melhoria na qualidade desses empregos, com a manutenção da política de valorização do salário mínimo e com uma regulamentação da terceirização que garanta igualdade de direitos entre trabalhadores diretos e terceirizados. Este avanço só pode ser alcançado com a continuidade do projeto político expresso na candidatura da Presidenta Dilma. Com participação popular e mais direitos podemos seguir traçando o caminho do desenvolvimento com distribuição de renda para o Brasil.

Maria das Graças Costa
Secretária Nacional de Relações de Trabalho da CUT

Fonte: Viomundo – Blog do Luiz Carlos Azenha