Três centímetros salvaram anteontem a vida do promotor de vendas E.V.L, 38 anos. A distância foi exatamente o espaço entre o ponto em que ele foi baleado e o seu coração. Ao meio-dia, ele foi vítima do crime conhecido como ‘saidinha de banco’ no Bosque da Saúde, zona sul. Outros três disparos atingiram o Peugeot 307 dele. O ladrão fugiu sem levar nada.

"Tive muita sorte. Já dentro do carro percebi um homem estranho se aproximar e sai", contou. Ao contrário do que se possa imaginar, E. nunca vai a bancos. As contas de luz e gás estão programadas no débito automático. "Mas nesse dia fui fazer um saque para pagar uma conta do meu chefe." O suspeito tinha a cobertura de um motoqueiro, o que indicava a intenção de roubar os R$ 1.500 guardados por ele.

Essa modalidade de crime têm preocupado cada vez mais moradores da capital e da Grande São Paulo. Em Alphaville, representantes do Conselho de Segurança Comunitário (Conseg) se uniram e confeccionaram uma cartilha para dar dicas para a população tentar evitar os assaltos.

Segundo o Conseg, desde o final do ano passado ocorrem de três a quatro casos por mês na região. Os maiores alvos são funcionários de empresas que retiram grandes quantidades de dinheiro nos caixas ou aposentados que sacam o pagamento mensal. "A polícia detectou tratar-se de ação de olheiros dentro das empresas ou das agências ", diz Ana Campos, organizadora do manual.

A cartilha é ilustrada e tem 15 dicas para os moradores da região. Foram impressos 20 mil exemplares distribuídos em portas de bancos e em shoppings centers da região. A tiragem está esgotada. Consegs da Grande São Paulo, como Diadema, Granja Viana, Osasco e até do interior do Estado (Rio Claro) solicitaram o material para também distribuir entre a população local.

Na região de Alphaville, os ataques ocorrem da seguinte forma: ao sair das agências, as pessoas que fizeram saques em dinheiro são perseguidas por assaltantes que utilizam motos e carros até pontos distantes. Os criminosos esperam um local menos movimentado para roubar as vítimas.

O responsável pelo policiamento local, o capitão César Augusto S. Terra, do 20º Batalhão da Polícia Militar, reconhece o problema e diz que intensificou o policiamento em regiões onde há concentração de bancos.

Fonte: Jornal da Tarde

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