Carol Ferraz/Divulgação SindBancários

A decisão foi tomada em assembleia por ampla maioria - Carol Ferraz/Divulgação SindBancários

A decisão foi tomada em assembleia por ampla maioria

Os bancários da base do SindBancários decidiram na noite da quinta-feira, 1º/9, rejeitar a proposta salarial da Fenaban e começar a greve a partir da meia-noite da terça-feira, 6/9, por tempo indeterminado em bancos públicos e privados. A decisão foi tomada em assembleia por ampla maioria, com apenas uma abstenção. Os bancários também decidiram realizar uma assembleia de organização da greve, a partir das 18h, da segunda-feira, 5/9, na sede da Fetrafi-RS (Rua Fernando Machado, 820, Centro Histórico de Porto Alegre).

A decisão ocorreu em resposta à proposta da Fenaban na quarta mesa de negociação, realizada na segunda-feira, 29/8, em São Paulo. Os representantes dos banqueiros na mesa de negociação ofereceram reajuste de 6,5% mais abono de R$ 3.000,00. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta e a chamada de assembleias para decidir pelas greves em 1º/9 em razão de que não há aumento real.

A pauta de reivindicações dos bancários propõe reajuste do piso salarial e de todas as outras verbas (vales e auxílio) e a PLR de 14,78% (5% de aumento real). “A proposta de abono na mesa de negociação representa um retrocesso para os bancários. Nos últimos 14 anos, obtivemos aumentos reais consecutivos. A assembleia mostrou que a categoria está indignada com essa proposta rebaixada e que entendeu que abono representa perda e que não é salário. Os representantes dos bancos também disseram que não haveria avanços nas reivindicações de saúde, segurança e nem se comprometeram a acabar com as demissões sem motivos”, avaliou o presidente do SindBancários, Everton Gimenis.

Mais cedo, os bancários realizaram uma Caminhada pelas ruas do Centro de Porto Alegre. A mobilização teve como tema as reivindicações dos bancários e os efeitos que o golpe na democracia terá sobre a vida dos trabalhadores, como aumento de tempo para a aposentadoria para até 70 anos, a terceirização sem limites, a privatização de empresas públicas. Todos esses retrocessos têm sido anunciados pelo governo de Michel Temer. Ao final da assembleia, os bancários entoaram o refrão: “Fora Temer, Fora Temer”.

 Principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial: 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real)

> PLR: 3 salários mais R$8.317,90

> Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

> Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo)

> Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês

> 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

> Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

> Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

> Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Bancários POA