As negociações entre a administração do Sistema BNDES e a representação dos funcionários chegou a um impasse. A proposta econômica apresentada pela empresa – 7,5% de reajuste mais uma gratificação no valor de um salário – não agradou aos empregados. A reunião entre a Comissão de Negociação dos Empregados e os negociadores do banco nesta sexta-feira, dia 22, no Rio de Janeiro, não teve avanços significativos.

Diante do quadro, foi marcada para esta segunda-feira, dia 25, às 14h, uma assembleia geral dos empregados com indicativo de greve. A negociação contou com a presença de Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.

Numa reunião realizada no último dia 21 o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, assumiu o compromisso de ir a Brasília buscar uma forma de atender às reivindicações dos funcionários. Mas o DEST, o órgão do governo federal que controla as estatais, já havia imposto um teto para as propostas e o banco usou este argumento para justificar a proposta rebaixada.

Carlos Alberto Oliveira, o Caco, secretário-geral do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, entende que algumas empresas estão abusando da desculpa das limitações impostas pelo órgão regulador. "Estas estatais têm se utilizado do DEST como biombo para não avançar em questões que são da alçada das administrações das empresas. Isso fere o princípio da livre negociação que está previsto na legislação trabalhista. O DEST acaba sendo um empecilho à política de gestão de pessoas e o RH fica reduzido a um bedel de folha de pagamento", avalia o dirigente.

Mesmo sem nenhuma novidade quanto à proposta econômica, os representantes do funcionalismo voltaram a se sentar à mesa com os negociadores do banco para buscar construir uma proposta alternativa para as demais cláusulas, na tentativa de conquistar avanços que contemplassem os interesses e necessidades do funcionalismo.

Nesta sexta-feira, durante todo o dia, houve negociação com o banco para discutir cláusulas não econômicas em questões como isonomia, anistiados, plano de carreiras e problemas referentes ao trabalho em turnos do pessoal de TI. Houve acerto de algumas questões, que precisarão de ajuste de redação. Mas em muitas cláusulas houve impasse, sem possibilidade de se chegar a um consenso.

Resta aos funcionários, agora, se mobilizarem. "A partir de uma forte mobilização dos empregados do BB e da CEF garantimos avanços nos acordos específicos, a despeito das restrições impostas pelo DEST. Este é o caminho que deve ser seguido pelos empregados do Sistema BNDES", orienta Murilo Silva, secretário de Bancos Públicos do Sindicato do Rio.

O presidente do BNDES tem reunião em Brasília na segunda-feira e o funcionalismo espera que ele traga boas notícias. "Estamos aguardando uma nova proposta, mas a administração já foi notificada da realização desta assembleia, que tem indicativo de deflagração de greve. Luciano Coutinho nos pediu que lhe déssemos tempo para buscar uma solução, e nós demos. Agora esperamos que ele retorne de Brasília com uma proposta que esteja à altura do BNDES. Se nada de novo for apresentado, os funcionários do Sistema BNDES vão parar", anuncia Sonia Guedes, presidente da Associação dos Funcionários do banco.

Fonte: Feeb RJ/ES

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