No dia 20 de agosto, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte realizou uma audiência pública para discutir os impactos dos mais recentes ataques ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de autoria da deputada Kátia Abreu (PDT), que retira dos bancos públicos de desenvolvimento a exclusividade de gerir os financiamentos para o desenvolvimento do Nordeste.

A audiência, proposta pelo deputado Francisco (PT) a pedido do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte, presenteou o povo potiguar com um debate profundo e qualificado sobre a importância do BNB para o desenvolvimento econômico do Nordeste, bem como os enormes prejuízos que serão causados a todo o povo da região e até mesmo do país, caso o Banco venha a ser extinto, privatizado ou incorporado por qualquer outra instituição financeira de atuação nacional.

O diretor do Sindicato dos Bancários do RN, Francisco Ribeiro (Chicão), esclareceu que o Banco do Nordeste é o único que atende a parcela mais necessitada da população, como agricultores familiares e trabalhadores do setor informal da economia, e enfatizou a necessidade urgente de toda a sociedade ir à luta em defesa do Banco do Nordeste, pois extingui-lo ou incorporá-lo é condenar o nosso povo à miséria.

Rita Josina, presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste (AFBNB), informou que os lucros do banco são apenas um bônus, pois os resultados mais importantes  são os sociais, com destaque para o financiamento da agricultura familiar, que é responsável por 70% dos alimentos que chegam as mesas dos brasileiro, e para o apoio às micro e pequenas empresas que geram 70% dos empregos do país. Ela também citou as ameaças do governo federal de privatização ou incorporação pelo BNDES, e a recente PEC 119, que destina um terço dos recursos do FNE para outras áreas que não o crédito para o setor produtivo, como grandes ameaças ao futuro do Banco do Nordeste.

O coordenador do Comitê em Defesa do Banco do Nordeste, Robson Luís, lembrou que a instituição foi criada em 1952 com a missão de contribuir para minimizar os efeitos das secas que assolam a região, através do crédito produtivo orientado para atividades economicamente viáveis para o Nordeste, especialmente para o semiárido, e também de minimizar as enormes diferenças regionais provocadas pelo processo desindustrialização da região, ocorrido na primeira metade do século XX, quando os investimentos públicos e privados foram direcionados para o sudeste do país, e o nordeste foi transformado em um mero consumidor da produção industrial, principalmente do estado de São Paulo.

Outra importante informação dada pelo coordenador do comitê foi que “todos os bancos de atuação nacional captam recursos no Nordeste e aplicam na economia das regiões Sul e Sudeste. O Banco do Nordeste é a única instituição financeira que aplica todos os seus recursos em sua área de atuação, atraindo grandes empresas de outras regiões para se instalarem e criarem empregos na nossa região”, arrematou Robson Luís.

Também participaram do evento: representantes da Federação dos Trabalhadores em Administração Pública (FETAM), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (FETARN), da Federação Única dos Petroleiros (FUP), do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (EMATER), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Fonte: Seeb – PB, com CUT-RN