Crédito: Seeb Rio de Janeiro

Seeb Rio de Janeiro
O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou na segunda-feira, dia 28, no Largo dos Bancários, um protesto contra o grande número de bancários vítimas das lesões por esforços repetitivos (LER/Dort) causadas pelas metas abusivas e ausência de um programa de prevenção às doenças ocupacionais nos bancos. "Não é por acaso que os bancários estão entre as maiores vítimas das LER/Dort. Os bancos impõem cada vez mais metas absurdas e aumentam a pressão sobre os funcionários para atingirem os maiores lucros da história do sistema financeiro", afirma o presidente do Sindicato, Almir Aguiar.

O sindicalista criticou também a postura dos peritos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). "Eles desrespeitam o trabalhador e insistem em não reconhecer as LER/Dorts como doenças ocupacionais", ressalta. Além das metas impostas pelos bancos, os bancários sofrem pressão constante, jornadas excessivas e condições inadequadas de trabalho. A manifestação foi feita em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Telefônicas (Sinttel).

Desde 2000, a data é considerada o Dia da Internacional da Conscientização sobre as Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort), ano em que, pela primeira vez, uma doença ocupacional passou a ser "uma questão de saúde pública mundial".

"É importante conscientizar trabalhadores e patrões e a população em geral sobre a importância de uma política de prevenção, que não existe hoje no Brasil", disse a diretora do Sindicato Jô Araújo, que é também coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST) do Conselho Estadual de Saúde (CES).

Custo para o país

O objetivo da manifestação) é difundir as causas do problema e combater o crescimento dessas doenças entre os trabalhadores, as principais responsáveis por afastamentos do trabalho. Segundo dados do INSS, mais de 45% dos benefícios previdenciários concedidos têm como causa as LER/Dort.

"Não é por acaso que esta é considerada uma questão de saúde pública mundial. Os bancos precisam valorizar os bancários e criar mecanismos de prevenção", disse o diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato Gilberto Leal. Dentre as categorias mais afetadas estão os bancários, metalúrgicos, digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing, secretárias e jornalistas. Os bancos lideram os casos dessas doenças, que estão sendo investigadas pela Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região (PRT-21/RN). Na categoria bancária, os afastamentos decorrentes das lesões são, em média, de 493 dias contra uma média nacional de 269 dias.

O ato público contou com uma esquete da Companhia de Emergência Teatral, que apresentou uma crítica bem-humorada aos bancos e chamou a atenção de populares que passavam pelo local.

Fonte: Seeb Rio de Janeiro