"O ambiente macroeconômico é amplamente favorável à negociação de aumentos reais de salário e melhores condições de trabalho", disse o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, para o jornal O Estado de S.Paulo, respaldado por estudos que preveem atualmente crescimento econômico de até 7% no ano. E esse número pode crescer ainda mais no segundo semestre.
Lucros recordes
O sucesso da economia brasileira reflete em cheio os resultados dos bancos no primeiro trimestre, com crescimento galopante dos lucros. O Banco do Brasil, por exemplo, voltou a bater seu próprio recorde ao alcançar R$ 2,35 bilhões, crescimento de 41%, em relação a igual período de 2009. No Bradesco foi de R$ 2,103 bilhões, 22% maior. O Itaú Unibanco chegou a R$ 3,23 bilhões, alta de 60,5%, e o maior lucro da história para um primeiro trimestre.
A Caixa superou os primeiros três meses de 2009 em 72% e chegou a R$ 777,5 milhões. O Santander também bateu seu recorde no país: R$ 1,763 bilhão, duas vezes mais do que o apurado um ano antes no primeiro trimestre: a menina dos olhos do grupo no mundo.
"A capacidade de mobilização dos bancários garante aumento real há seis anos consecutivos, além de diversas outras conquistas, como 13ª cesta-alimentação, licença-maternidade de seis meses, PLR maior, extensão de direitos para casais homoafetivos, e muitas outras. E um cenário positivo como esse só nos enche ainda mais de força para a luta na Campanha Nacional, que já se avizinha neste ano", diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira.
Consulta
O primeiro passo para a campanha nacional é a consulta aos bancários, que fica disponível para resposta até quinta-feira 24 no site do Sindicato. Logo depois vem a conferência estadual, seguida da nacional, onde as prioridades apontadas pelos bancários serão democraticamente debatidas para definir a pauta de reivindicações a ser entregue para os banqueiros.
"Como em todos os anos, precisaremos de muita união e garra para conquistar a valorização a que temos direito, pois sabemos que, mesmo com esses lucros estratosféricos, os banqueiros não dão nada de mão beijada", completa Juvândia.
Fonte: Seeb São Paulo