Crédito: Jamil Ismail – Afubesp
Jamil Ismail - Afubesp
Associados protestaram contra postura autoritária do presidente da Cabesp

Mais uma vez, a condução da assembleia da Cabesp, ocorrida no último sábado (27), em São Paulo, foi marcada pela falta de democracia. Isso porque, como no ano passado, o presidente da Caixa Beneficente abriu as urnas para a votação antes dos debates e dos oradores fazerem uso da palavra. Resultado: esvaziou ainda mais o evento, que já tinha baixo quórum.

Herbert Moniz, coordenador da CNAB (Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa), questionou o presidente da mesa como ficaria caso, após os debates, ele mudasse de opinião. “Eu posso pegar minha cédula da urna e alterar o meu voto?”, lamentou ao final a forma antidemocrática com que os trabalhos foram conduzidos.

O presidente da Afubesp, Camilo Fernandes, criticou também a identificação da cédula, com uma etiqueta no verso que contém o nome e a matrícula do associado, quebrando o caráter de voto secreto.

“Da forma engessada como é atualmente na assembleia da Cabesp, é impossível apresentar qualquer ressalva. Isso é absurdo!”, comenta. Para ele, o ideal seria que o processo fosse semelhante ao do Banesprev, onde os presentes se manifestam, ouvem os debates e, apenas depois disso, exercem o direito de votar.

Outro ponto abordado por Fernandes durante o evento foi o recorrente comentário do presidente da Cabesp que, sempre ao apresentar os números, fala que futuramente as contribuições deverão passar por reajustes. “Não justifica falar de perspectiva de reajuste no cenário atual da Cabesp, que apresenta superávit de mais de R$ 560 milhões e patrimônio de mais de R$ 6 bilhões”.

Essa postura da atual gestão da Cabesp leva os banespianos a crer que, ao invés de investir efetivamente em prevenção de doenças e a saúde dos banespianos, o que mais importa é apenas a questão financeira.

O dirigente da Afubesp solicitou à direção da Cabesp a abertura de um canal de diálogo com as entidades e sindicatos para a discussão da co-participação. “Já está mais do que na hora de rediscutirmos esse assunto, pois ela foi criada em um momento de dificuldade financeira, o que hoje não é o caso”, conclui.

Carmen Meireles, conselheira fiscal eleita suplente, reivindicou que todos os suplentes também fossem convocados para participar das reuniões do Colegiado, o que hoje não ocorre. “Ficamos alheios a tudo, pois não podemos participar das reuniões. Queremos ter o direito de nos manifestar, mesmo que sem direito a voto, como é no Banesprev. É uma questão de governança”, explica Carmen.

No que diz respeito ao Cabesp Família, o diretor da Afubesp, Vagner Cabanal, que já foi diretor administrativo da Cabesp, protestou contra os aumentos abusivos que vem sofrendo os associados. Ele também reforçou a necessidade da revisão da questão da co-participação.

“Esse cara sou eu”

O diretor da Afubesp e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, ironizou o autoritarismo do presidente da Cabesp, dizendo que ele deve ser fã da música “Esse cara sou eu” de Roberto Carlos. O dirigente sindical defendeu o direito à liberdade de expressão, criticando o cerceamento à presença de jornalistas e fotógrafos das entidades sindicais e associativas para cobertura da assembleia.

Ademir também reclamou do reajuste abusivo de 11,71% no Cabesp Família a partir de maio e propôs novamente a criação de um conselho de usuários, a exemplo do comitê gestor dos planos do Banesprev. “Seria um conselho consultivo, a fim de garantir transparência e participação dos beneficiários na gestão do Cabesp Família”, explica.

“Isso evitaria que somente os quatro diretores da Cabesp decidam o valor do reajuste, o que tem causado a saída de mais de beneficiários por ano, enfraquecendo o plano e a Cabesp”, sustenta o diretor da Contraf-CUT. Mas o presidente da Cabesp nada respondeu sobre a proposta.

Fonte: Contraf-CUT com Afubesp

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