Para Juvandia Moreira, medida geraria mais consumo, produção e emprego
As agências bancárias da região da Avenida Paulista permaneceram fechadas até o meio-dia desta quinta-feira 22 em adesão à campanha pela PLR sem desconto de imposto de renda. A região do coração financeiro de São Paulo tem mais de 40 agências e concentrações, onde trabalham cerca de 5 mil bancários.
A manifestação também contou com a participação de metalúrgicos, petroleiros, químicos e urbanitários, que se reuniram em frente ao prédio do Banco Central, no número 1.804 da avenida, para cobrar justiça tributária e chamar a atenção da população para a importância de isentar da tributação a participação nos lucros recebida pelos trabalhadores.
Mais consumo, produção e emprego
A campanha já havia reunido na véspera 20 mil trabalhadores que marcharam pela Rodovia Anchieta, no ABC paulista. Também na quarta-feira 21, dirigentes sindicais, entre eles o presidente da CUT, Artur Henrique, e a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, foram à Brasília cobrar do ministro da Fazenda, Guido Mantega, posição sobre a proposta dos trabalhadores que prevê a isenção total para quem recebe até R$ 8 mil de PLR e alíquotas que variam de 7,5% a 27,5%, dependendo do valor recebido.
Além disso, a PLR passaria a ser tributada separadamente do salário. Hoje o tributo incide sobre a soma do salário e PLR, o que muitas vezes eleva a faixa do trabalhador na tabela do IR.
"Estamos chamando a atenção da sociedade, do governo e do Congresso para a importância do tema. Isentar a PLR do imposto de renda não significa apenas mais dinheiro no bolso do trabalhador, mas também volume maior de recursos circulando, gerando mais consumo e consequentemente mais produção e emprego. Ou seja, significa impulsionar a economia brasileira", destacou Juvandia, durante o ato.
Apoio da categoria
O discurso da presidenta encontra coro na categoria. "É uma medida importantíssima porque vai significar mais dinheiro em circulação no mercado", opinou um bancário do Safra.
"Concordo com a reivindicação porque não é só dinheiro no meu bolso, é mais dinheiro na economia. Não é algo que vai só me beneficiar individualmente, é um bem para toda a sociedade", disse uma bancária.
"É injusto que a gente pague imposto pela PLR e os acionistas não", acrescentou outro bancário, referindo-se à tributação zero sobre os dividendos recebidos pelos acionistas.
Justiça tributária
O ex-presidente da Contraf-CUT e atual secretário de Finanças da CUT, Vagner Freitas, ressaltou que a medida não é apenas justa e plausível, mas também favorável ao Brasil. "Com o não desconto do IR na PLR estamos defendendo o futuro do país", afirmou.
Vagner disse ainda que a resposta do governo deve ser favorável à classe trabalhadora. "É inegável a importância das políticas implementadas nos governos Lula e agora Dilma. A inclusão social, o investimento em educação, em igualdade de oportunidades, em desenvolvimento regional. Mas está na hora desse governo atender uma reivindicação da classe média organizada que está aqui representada por categorias importantes. É essa classe trabalhadora que dá sustentação e tem compromisso com esse governo."
Também presente ao ato, o deputado estadual e ex-presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, lembrou que a luta pela isenção na PLR é antiga. "A CUT levanta essa bandeira há anos, pois não é justo que a tributação recaia sobre os trabalhadores, enquanto os valores recebidos por acionistas, a título de distribuição dos resultados, sejam isentos do imposto de renda", afirmou.
Congresso
Os sindicalistas lembraram durante a manifestação que a próxima terça-feira 27 será mais um dia de luta por PLR sem IR. Sindicatos e centrais voltarão à capital federal, desta vez para pressionar os parlamentares do Congresso Nacional pela aprovação das emendas dos deputados Vicentinho (PT-SP) e Paulo Pereira (PDT-SP) à MP 556, que prevê a isenção e deve ser votada em breve.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo