O Sindicato dos Bancários da Paraíba apoia os cerca de 21 mil trabalhadores da Petrobras que estão em greve em todo o país, inclusive no Porto de Cabedelo – PB. A categoria deflagrou a greve no início de fevereiro contra as 1000 demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) e o descumprimento de cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Já são 19 dias de mobilização denunciando os riscos que a estatal está correndo com a política desastrosa de Jair Bolsonaro, que quer a todo custo sucatear o patrimônio brasileiro. O Sindicato entrou com um pedido de audiência pública na ALPB para promover um debate acerca desse cenário e em defesa de todas as estatais brasileiras.
Em todo o país, a paralisação atinge 121 unidades, entre plataformas (58), campos terrestres (8), refinarias (14), segundo novo balanço da Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgado nesta terça-feira (18).

Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida, o apoio da categoria bancária reforça a luta que é de todos os trabalhadores, cujas categorias serão afetadas pela medidas ultraliberais do governo Bolsonaro para favorecer principalmente as privatizações e atender à sanha do capitalismo.

“É um momento dos mais delicados e sem essa força da unidade da classe trabalhadora já teríamos perdido muito mais. Só conseguimos barrar qualquer abuso através da denúncia e da unidade.Infelizmente na nossa categoria, alguns companheiros ainda não compreendem claramente que tudo isso é um jogo de interesses da extrema direita onde está o capital e da esquerda, onde está a representação dos trabalhadores. Trata-se de uma luta de classes onde manda quem tem o capital e obedece quem precisa do emprego. A todo momento, a direção da empresa insiste em perseguir o movimento grevista dos petroleiros, quando deveria negociar com os trabalhadores ao invés de exigir a ilegalidade da greve e a prisão dos líderes do movimento paredistas, quando a luta é extremamente democrática e de direito. Enquanto classe trabalhadora, nós vão vamos baixar a cabeça e aceitar todos esses descalabro passivamente. Muito pelo contrário, vamos resistir! Ninguém solta a mão de ninguém…”, arrematou Lindonjhonson.

Os petroleiros contestam a política da Petrobras, instituída durante o governo Temer e mantida durante o governo Bolsonaro, que atrela o preço dos combustíveis à variação do mercado internacional e denunciam as demissões em massa, além da política privatista que vem tomando conta das estatais brasileiras, inclusive nos bancos públicos.

Entre as demandas de negociação da Federação Única dos Petroleiros está também a de que a petroleira abra imediatamente um processo de negociação em relação a questões como regimes de turno, jornadas de trabalho, Assistência Médica de Saúde (AMS), bem como o cumprimento das novas regras para o pagamento da PLR.

A greve permanece fortalecida e ganha ainda mais força, após a conquista nesta terça-feira (18) da suspensão das 1000 demissões, determinada até o dia 6 de março, quando acontece a próxima rodada de negociações. A conquista se deu durante uma audiência no Tribunal da Justiça do Paraná sobre o dissídio coletivo com o Ministro Ives Gandra.