O Sindicato dos Bancários da Paraíba participou nos dias 2, 3 e 4 de junho, do III Congresso da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), no auditório do Hotel Praia Centro, em Fortaleza – CE. Com o tema “Em Defesa da Democracia e dos Direitos dos Trabalhadores – Não ao Retrocesso e Contra a Precarização do Trabalho” delegações de Sindicatos de bancários como: Paraíba, Pernambuco, Ceará, Piauí, Alagoas, Campina Grande e Cariri do Ceará marcaram presença na atividade.
O evento foi aberto pelo secretário-geral da Fetrafi-NE, Marcelo Alves, que saudou os presentes e procedeu à formação da mesa com os seguintes companheiros: Robert van der Osten, presidente da Contraf-CUT; e Carlos Eduardo, presidente da Fetrafi-NE, além das falas de outros presidentes de Sindicatos do Nordeste.
Na palestra de abertura do evento, o jornalista e colunista Altamiro Borges fez uma análise de conjuntura direcionada às iniciativas de fortalecimento de comunicação contra hegemônica e os desafios da comunicação sindical.
“Precisamos estar cientes de que para fortalecer o campo da comunicação dos movimentos é necessário ter investimento e conscientização dos próprios sindicatos. Existem grandes meios de comunicação contra hegemônica que dão vez e voz à classe trabalhadora como, por exemplo, a Revista Carta Capital e a TV dos Trabalhadores (TVT) e esses veículos precisam ser estimulados com investimento”, abordou.
No segundo dia, as análises de conjuntura feitas pelo professor-doutor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Sicsú, e do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten abordaram o problema vivenciado atualmente pelos bancos públicos, ante o ataque do governo ilegítimo.
Para o professor, a classe trabalhadora precisa se mobilizar cada vez mais diante o constante ataque e ameaças de fechamento dos bancos públicos. “Fechar os bancos públicos ou diminuir suas atividades não seria um problema só para correntistas e acionistas e, sim, um problema social, visto que esses bancos conduzem programas sociais extraordinários a exemplo do Crediamigo, do Banco do Nordeste, que estimula a inclusão produtiva da população carente. Por isso, a defesa dos bancos públicos tem que ser feita não somente pelos bancários, como por toda a sociedade”.
À tarde, Barbára Vasquez, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), falou sobre as ondas de inovação tecnológica no setor bancários e as tendências de adaptação dos mercados internacionais com o impacto do mundo digital no trabalho. “O que tende a acontecer daqui pra frente é que vai se estabelecer um número de bancários restritos, enquanto as demais pontas de atendimento serão feitas por terceirizadas”. Ainda segundo ela, esse cenário trará consequências sociais, “se o mercado funciona mais polarizado aprofundam-se as desigualdades na sociedade”, avaliou.
Após a palestra, o presidente da Fetrafi-NE, Carlos Eduardo, fez um balanço sobre a gestão da Federação nos últimos quatro anos e iniciou o debate para construção dos planos de luta do segmento. Segundo ele, as principais expectativas são que as bases sejam fortalecidas, e haja um maior engajamento da categoria.
O Congresso culminou com a aprovação, por unanimidade, do Plano de Lutas e a eleição da diretoria da Fetrafi-NE, que continua sob o comando de Carlos Eduardo.
Marcelo Alves, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba avaliou que o Congresso cumpriu os objetivos de articular e preparar a categoria para a luta. “Fizemos um congresso de alto nível, com uma programação altamente qualificada enquanto conteúdos direcionados aos desafios da categoria em meio ao cenário de retrocesso. Também avaliamos nos debates, as circunstâncias que estão levando o país ao pior cenário já visto em sua história, cujo reflexo é consequência das decisões tomadas por um governo golpista. Diante de todo esse panorama, seguiremos ainda mais mobilizados na luta em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores”, ressaltou.
Plano de Lutas da Fetrafi-NE:
– Ampliar o processo de comunicação com todas as instituições – além do site, investir ainda mais nas redes sociais e em Rádio/TV na Web;
– Produção de conteúdo de interesse comum – constituir uma assessoria que irá garantir a integração do conteúdo entre as instituições, com assessoria permanente do DIEESE;
– Promover mais seminários que tenham a ver com cada secretaria;
– Criação de subsedes no Rio Grande do Norte e no Maranhão, de organização dos bancários;
– Criar agendas de contribuição a projetos da classe trabalhadora para desenvolvimento do NE e do país;
– Incentivar os sindicatos da Fetrafi a promoverem mais encontros estaduais;
– Fortalecer o processo de organização e participação de todos os sindicatos da Federação nas Comissões de Negociação, por bancos e por temas de luta;
– Buscar a unificação de pareceres jurídicos entre os sindicatos para ampliar a defesa dos direitos sindicais dos trabalhadores.