Bancários da Paraíba protestaram nesta quinta-feira (7) contra a prática de assédio moral e sexual na Caixa Econômica Federal. O ato público aconteceu na Agência Cabo Branco, no Centro de João Pessoa. Na Paraíba, diversos episódios de assédio moral também estão sob investigação contra uma superintendente regional do banco público que chegou a ser afastada do cargo. O caso está sob investigação da CORED – Corregedoria Caixa.

Assim como ocorreu com o ex-presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, que pediu demissão do cargo após uma série de denúncias de assédio sexual e moral, os casos de assédio na Paraíba teriam ocorrido nas agências da Caixa em Campina Grande e em cidades da região do sertão e do brejo paraibano. Pelo menos 10 servidores reportaram denúncia à Corregedoria contra Maria Aline Xavier de Paiva, Superintendente de Rede da Superintendência Regional Campina Grande, nomeada em 2019. Com o andamento das investigações, Aline Paiva foi afastada e responde a processo administrativo.

Além de denunciar e cobrar proteção para as vítimas do assédio e a rigorosa punição para os assediadores, para que esses casos não fiquem impunes, o dia de luta também reforça as reivindicações que foram levadas pelos bancários para a mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nesta quarta-feira (6).

De acordo com o presidente do Sindicato, Lindonjhonson Almeida, os movimentos sindicais cobram que medidas mais efetivas sejam adotadas diante das acusações para que fatos dessa natureza não sejam esquecidos e caiam na vala da impunidade.

“Denunciar e pressionar para que os culpados paguem por seus crimes é metade do caminho, a outra metade é tirar do poder quem propaga misoginia, preconceito, machismo, desrespeito, intolerância e tantas outras agressões que sofremos cotidianamente de pessoas desprovidas de valores morais e éticos, como o atual presidente do Brasil. Estamos mobilizando para que os bancários se sintam ainda mais acolhidos por nossa rede de apoio, que está disponível para denúncias e acompanhamento diário, através dos nossos canais de relacionamento. Local de trabalho é ambiente de produção e de saúde, mas querem naturalizar o adoecimento e o assédio. E isso é criminoso. É inadmissível”, destacou.

O sindicalista ainda reforçou a influência do atual governo e sua relação próxima com gestores assediadores. Ele ressaltou que “é notável o aumento de casos nos últimos anos. A exemplo das denúncias contra um presidente de um banco público centenário, como é a Caixa. Não se tem conhecimento de casos dessa dimensão em nenhuma outra instituição pública. Isso é uma aberração. Temos que dar um basta nessas situações para que prevaleça o respeito à atividade laboral e ao trabalhador”, concluiu o presidente do sindicato.