Os bancários da Paraíba, reunidos em assembleia na noite desta quarta-feira (8), no auditório do Sindicato dos Bancários da Paraíba, deliberaram pela rejeição, por unanimidade, da proposta rebaixada da Fenaban, apresentada na negociação desta terça-feira (7), bem como as propostas do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A categoria profissional também deliberou pelo retardamento da abertura do expediente ao público em uma hora, dentro das atividades do Dia do Basta, nesta sexta-feira, 10 de agosto, promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, com apoio da Frente Brasil Popular e movimentos sociais.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta que apenas cobre a inflação nos salários, PLR, vales e demais verbas econômicas, sem aumento real, na sexta reunião da mesa única de negociação, realizada ontem, em São Paulo. Também não garantiu que os bancários não serão substituídos por trabalhadores contratados de forma precarizada, a exemplo da terceirização. Os bancos querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, segundo eles, para garantir segurança jurídica, mas sequer apresentaram a redação das modificações. Os representantes do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal se limitaram a seguir a Fenaban nas cláusulas econômicas, ou seja, reposição apenas da inflação.

BB – O Banco do Brasil apresentou uma proposta de manutenção da maioria dos itens do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), pela vigência que for firmada na mesa única de negociação, na sexta rodada de negociação específica do BB, realizada na tarde de terça-feira (7), em São Paulo. Porém, faltou uma proposta mais completa para as cláusulas econômicas. O Banco acompanhou a proposta de reajuste oferecida na mesa única. No documento a ser entregue pelo Banco do Brasil, há ajustes no texto atual de alguns pontos. A direção do banco se comprometeu a passar a proposta de nova redação antes da próxima reunião.

Caixa – Na quinta rodada de negociação específica da Caixa Econômica Federal dentro da Campanha Nacional 2018, a direção do banco apresentou uma proposta de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que ignora dezenas de direitos atualmente garantidos pelo ACT. A negociação ocorreu na terça-feira (7), em São Paulo.

Dentre os direitos garantidos pelo ACT atual que não foram citados na proposta apresentada, estão: horas extraordinárias, adicional de trabalho em horário noturno, PLR social, isenção de anuidade cartão de credito, juros do cheque especial diferenciado, tarifas em conta corrente, ausências permitidas, escala de férias, jornada de trabalho, saúde caixa, suplementação do auxílio doença (licença caixa), adicional de periculosidade e insalubridade, intervalo para descanso NR 17 homologação das rescisões, GT saúde caixa, GT saúde do trabalhador, negociação permanente, incentivo a elevação por escolaridade, Incorporação REB, GT contencioso Funcef, mais contratações, abrangência do ACT.

Avaliação

O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, avaliou como positiva a decisão da categoria, de rejeitar a escandalosa proposta da Fenaban por unanimidade.

Tivemos uma Assembleia bastante participativa, onde os bancários se posicionaram contra a ridícula proposta dos bancos que, apesar dos estrondosos lucros, se negam a dar um reajuste real de salários a quem produziu esses lucros, continuam demitindo e ameaçam até não repor os dias de greve, caso a categoria cruze os braços ante a intransigência patronal.  Os cinco maiores bancos tiveram lucro de R$ 77,4 bilhões em 2017 e apenas com a receita obtida com tarifas de serviços bancários conseguem cobrir todos os gastos com o pessoal em 140%. Os bancos públicos vão mais além e ameaçam a sobrevivência dos planos de saúde dos funcionários com a aplicação das famigeradas resoluções 22 e 23 da CGPAR, por orientação do governo ilegítimo. Por tudo isso, vamos participar ativamente das atividades do Dia do Basta, nesta sexta-feira, inclusive retardando a abertura do expediente dos bancos. No próximo dia 17 teremos mais negociação e vamos esperar que os banqueiros apresentem uma proposta aceitável; até porque, Basta de Enrolação. Até lá, vamos intensificar a mobilização nesse embate que é de todos nós e, unidos, vamos à luta; Todos por Tudo!”, concluiu Marcelo Alves.

Fonte: Seeb-PB