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Manifestação alerta para ameaças de sucateamento e privatização

Em defesa dos bancos públicos, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou, nesta quarta-feira (22), atos em frente à Caixa Econômica Federal e ao BNB da Conde da Boa Vista, em Recife. A mobilização dos bancários denunciou e repudiou as ameaças de sucateamento e privatização dos bancos públicos, que surgiram na campanha do candidato a presidente da República, Aécio Neves (PSDB).

Segundo a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, os bancos públicos estão correndo sério risco de desaparecer, caso o candidato seja eleito presidente. “No Brasil inteiro, os sindicatos de bancários estão realizando atividades em prol dos bancos públicos, como reação a um áudio divulgado recentemente pelo blog ‘O Cafezinho’. No áudio, o já nomeado ministro da Fazenda em um eventual governo do tucano, Armínio Fraga, defende a redução do papel dos bancos públicos na economia brasileira. E chega a dizer que não vai sobrar muita coisa dos bancos públicos na eventualidade de Aécio ser eleito”, explica Jaqueline.

Ela destaca que a gestão do PSDB sempre foi péssima para os bancários, sobretudo para os funcionários do Banco do Brasil, Caixa e BNB. “Os bancários mais jovens talvez não se lembrem como era difícil a nossa situação no governo do PSDB. Com uma política de reajuste zero, os funcionários dos bancos públicos acumularam perdas salariais da ordem de 40% nos oito anos de governo FHC, que também acabou com muitos direitos. O objetivo era sucatear os bancos públicos para depois privatizá-los”, conta Jaqueline.

Arrocho salarial e desemprego

O número de bancários durante os dois mandatos do PSDB caiu 30,3% no Brasil, entre 1994 e 2002. Já nos governos do PT, de 2003 a 2013, a geração de emprego entre os bancários fez a categoria crescer 28%.

Na questão salarial, os bancários só amargaram derrotas no governo FHC. Somando todas as campanhas salariais ocorridas na era tucana, o reajuste ficou bem abaixo da inflação: 8,6% de perdas nos bancos privados.

A situação para os trabalhadores dos bancos públicos foi ainda pior: a perda real no período foi de 36,3% no Banco do Brasil e de 40% na Caixa. Para piorar a situação, o governo do PSDB retirou uma série de direitos dos funcionários dos bancos públicos, conquistados com muita luta.

Já nos governos do PT, entre 2004 e 2014, os empregados dos bancos privados acumularam ganhos reais, acima da inflação, de 20,7%. Nos públicos, esses aumentos reais somaram 21,3% e a grande maioria dos direitos retirados foram restabelecidos.

“Além do governo do PSDB ser péssimo para os bancários, os demais trabalhadores também sofreram. Até hoje os tucanos defendem a terceirização de todas as áreas, inclusive nas atividades-fim, com vários projetos no Congresso que praticamente acabam com a CLT e com a carteira de trabalho. O fator previdenciário é outro mal criado pelos tucanos, que acabou com a aposentadoria de muita gente”, diz Jaqueline.

Os tucanos, agora, querem voltar com a mesma política de desemprego e arrocho salarial que prejudicou tanto os trabalhadores nos anos 1990. Em recente entrevista para o jornal ‘O Estado de São Paulo’, Armínio Fraga foi enfático: “O salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos. É uma questão de fazer conta. Não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral… Esse é outro tema que precisa ser discutido, sob pena de engessar o mercado de trabalho”.

Jaqueline destaca que todo eleitor é livre para votar no candidato que quiser. “Mas é bom se informar e ver que projeto de sociedade cada candidato defende. Não é à toa que o meio empresarial e o chamado mercado está com Aécio, enquanto os trabalhadores organizados estão com Dilma. Isso mostra para quem cada um vai governar nos próximos quatro anos”, finaliza.

Fonte: Seec Pernambuco