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Paralisação dos complexos São João e Cenop Imobiliário do BB

Os funcionários de duas das principais concentrações do Banco do Brasil, os complexos São João e Cenop Imobiliário, paralisaram suas atividades até as 12h desta quinta-feira 24. A manifestação organizada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo é uma resposta à retaliação da direção da instituição financeira contra os empregados que aderiram à greve da categoria.

Entre as medidas do banco, está a imposição de que os bancários assinem termos pessoais sobre compensação dos dias da greve, o que não está previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Por esse acordo, a compensação deve ser “limitada a uma hora diária”, de segunda a sexta, até 15 de dezembro.

“O banco está nos obrigando a fazer uma hora a mais por dia. Porém, o que foi acordado é que faremos até uma hora e não obrigatoriamente uma hora cheia. Eles têm cobrado a compensação mesmo antes de termos assinado o acordo aditivo. Quem não faz essa uma hora de compensação, tem o nome inserido em uma observação no ponto eletrônico”, afirma um funcionário.

Muitos que fizeram a greve tiveram férias reprogramadas, de forma arbitrária. Há relatos de bancários que perderam até R$ 3 mil em passagens já compradas. “Fui comunicado que minhas férias, que teriam início no final deste mês, foram reagendadas para o início do ano que vem. Disseram que era uma orientação geral e não deram mais explicações”, diz outro trabalhador.

O Sindicato exige que a direção do BB retire essa determinação e respeite os direitos dos bancários. A entidade orienta ainda que os funcionários não assinem o termo de compensação.

Protesto

Em frente ao Complexo São João, cerca de 2 mil funcionários se reuniram em um ato às 10h. Os dirigentes sindicais fizeram intervenções sobre a arbitrariedade do banco e foram aplaudidos pelos que estavam no local.

A secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, ressaltou o caráter solidário da mobilização. “O espírito que está presente aqui hoje é o da solidariedade. A participação de todos aqui em nada tem a ver com questões salariais, financeiras. Tem a ver com respeito. Na nossa convenção coletiva não está previsto que temos que apanhar da diretoria do banco”, pontuou.

O secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, William Mendes, reforçou que o movimento sindical lutará até que essas retaliações sejam revistas. “Esse é o primeiro de uma série de atos que vamos promover. Até 15 de dezembro estaremos lutando para derrubar essas medidas punitivas promovidas pela direção do banco. A greve acabou, mas os dirigentes do banco insistem no conflito”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo