Manifestações ocorreram em protesto contra convocação de trabalhadores de grupos de risco para o retorno ao trabalho presencial, em defesa da vida, por melhores condições de trabalho, pelo fim das demissões e por contratações
Bancários e suas representações sindicais realizaram, nesta terça-feira (29), um Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida, por Melhores Condições de Trabalho e por Contratações pelo banco Santander. Ocorreram manifestações em agências e departamentos do banco em todo o país. Em algumas localidades houve atraso no início dos trabalhos, com reuniões entre os funcionários. Na parte da tarde, as manifestações ocorreram pelas redes sociais.
“A gestão do banco espanhol no Brasil aplica uma política muito prejudicial aos funcionários, com cobrança abusiva de metas, sobrecarga de trabalho, fechamento de agências, gerando demissões e ou realocações… São medidas que transformam o ambiente de trabalho em um caos, causam o adoecimento dos trabalhadores e prejudicam o atendimento aos clientes”, explicou o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o Santander, Mario Raia.
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander), Lucimara Malaquias, explicou que os trabalhadores querem negociações com o banco. “O banco precisa tomar medidas efetivas, que resultem em melhorias para os trabalhadores”, disse.
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Pandemia não acabou
Mas, o estopim para as manifestações foi a convocação pelo banco de todos os trabalhadores, mesmo os que têm doenças que podem ser agravadas pela Covid-19, incluindo grávidas e funcionários não vacinados, para o trabalho presencial a partir de 4 de abril.
“Não concordamos com o retorno dos trabalhadores com comorbidades ao trabalho presencial. Ainda não podemos falar em fim da pandemia. Essa medida é uma temeridade, principalmente com a chegada da variante Deltacron no Brasil e no mundo”, ressaltou a coordenadora da COE Santander. “Quem determina o fim da pandemia é a OMS (Organização Mundial da Saúde), não o governo federal e muito menos o banco”, completou.
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No dia 18, depois de o banco ter convocado todos seus funcionários para retornar ao trabalho presencial, a Contraf-CUT e demais entidades de representação dos trabalhadores (sindicatos e federações) e associativas dos funcionários do Santander e antigo Banespa (Afubesp) enviaram um ofício ao banco reforçando a posição contrária ao retorno e elencando reivindicações do movimento sindical na tentativa de minimizar os impactos e riscos para esse grupo. Entre elas:
- a reivindicação de que se mantenha a obrigatoriedade do uso de máscaras, independentemente da legislação local;
- e que a equipe médica do Santander forneça um documento no qual especifique tecnicamente quais são as medidas que o banco está tomando para garantir a segurança, a saúde e a vida dos trabalhadores de maior risco.
Além disso, o movimento sindical está tirando um calendário de lutas e denúncias contra o Santander. “Aumentaremos a mobilização nacional contra essas medidas e estamos estudando, inclusive, denúncias formais a órgãos competentes”, concluiu a Lucimara.
Tuitaço
Além das manifestações realizadas na parte da manhã nas portas de agências e departamentos do Santander, houve manifestações nas redes sociais entre 15h e 16h, com a hashtag #SantanderNosRespeite, que alcançou a sétima posição entre os assuntos mais comentados do país em determinado momento.
Fonte: Contraf-CUT