Crédito: Fetec-CUT/PR
Fetec-CUT/PR

Com a participação de 284 delegados e delegadas, a 16ª Conferência Estadual dos Bancários do Paraná, realizada de sexta-feira a sábado, dias 14 e 15, em Cornélio Procópio, debateu e construiu propostas de reivindicações da categoria para a Campanha Nacional dos Bancários 2014. O evento foi organizado pela Fetec-CUT/PR e contou com a presença do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, dentre outras lideranças dos bancários e dos trabalhadores, bem como da economista do Dieese, Vivian Rodrigues.

A plenária final apontou como propostas de remuneração um reajuste equivalente a reposição da inflação mais 5% de aumento real, dentre outras. Houve também aprovação de propostas de emprego, igualdade de oportunidades, saúde e condições de trabalho, segurança bancária, reestruturação do sistema financeiro e estratégia da Campanha Nacional. 

Todas as propostas dos paranaenses serão encaminhadas à 16ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá nos dias 25, 26 e 27 de julho, em Atibaia (SP). Também foram eleitos os delegados que irão representar o Paraná no maior fórum da categoria no Brasil.

Desafios da conjuntura

O dirigente da CUT Nacional, Roni Barbosa, fez uma análise da conjuntura, afirmando que a crise mundial iniciada em 2008 agravou seriamente a situação dos trabalhadores do mundo, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, chegando a 200 milhões de desempregados atualmente. Além da forte onda de desemprego, há ainda a precarização do trabalho, resultado da política neoliberal que amplia a recessão, diminui os investimentos estatais e prioriza o capital especulativo.

“Apesar das desigualdades sociais, a América Latina é a única região que se diferencia neste contexto, com a saída de mais de 50 milhões de trabalhadores da zona de miséria e pobreza. Transformações lideradas por Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Equador”, afirmou o diretor da CUT.

Segundo Barbosa, apesar do cenário de estagnação mundial, o Brasil tem se fortalecido ao longo dos anos, mantendo o crescimento do PIB. “Com as políticas dos governos Lula e Dilma, 36 milhões de brasileiros saíram da miséria; pessoas que estavam à margem da sociedade e agora são trabalhadores”, ilustrou. 

Além da geração de emprego e dos programas de inclusão social, o diretor da CUT destacou a abertura de diálogo social com conferências, o fortalecimento da agricultura familiar e, principalmente, a política de valorização do salário mínimo.

Para finalizar, Barbosa elencou os principais enfrentamentos que a classe trabalhadora ainda precisa realizar: a luta pela democratização da comunicação e as reformas política, agrária e sindical. “Em 2014, nossa principal tarefa é reeleger a presidente Dilma, pois, sem ela na presidência, não teremos outra alternativa que não enfrentar a dura política neoliberal”, concluiu Barbosa.

Ousadia, unidade e mobilização

O presidente da Contraf-CUT fez uma exposição destacando as duas grandes vitórias dos bancários em 2013: a conquista de aumento real pelo décimo ano consecutivo na Campanha Nacional e o adiamento da votação do Projeto de Lei 4.330, que prevê a liberação da terceirização para todas as áreas das empresas no país. 

Para 2014, Carlos Cordeiro apontou três desafios: realizar uma grande campanha unificada; vencer, novamente, a guerra contra a terceirização e a precarização do emprego; e, por fim, vencer as eleições 2014, não apenas com a reeleição da presidente Dilma, mas também com a eleição de governadores e parlamentares que representem os interesses dos trabalhadores.

Ele ainda exibiu dados sobre emprego, saúde e remuneração, ressaltando a alta rotatividade no setor financeiro, o número de adoecidos e afastados e o achatamento da massa salarial da categoria. “Diante destes dados, é preciso acreditar que é possível chegar a um resultado diferente dos quase 100 mil demitidos nos últimos 3 anos, dos mais de 15 mil afastados em 2013 e dos salários de admitidos 40% menores que dos demitidos”.

“É preciso acreditar na mudança que estamos promovendo e lutar novamente com ousadia, unidade nacional e mobilização para avançar nas conquistas econômicas e sociais”, concluiu.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Curitiba