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Trabalhadores ressaltaram importância dos protestos que tomaram as ruas

A 15ª Conferência Interestadual dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo, realizada no último sábado (29), no Senac de Guarapari, no litoral capixaba, teve como principais temas dos debates o combate ao substitutivo do deputado federal Artur Maia (PMDB-BA) ao Projeto de Lei 4330/04, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), e o atual contexto político pautado pelas manifestações populares nas ruas de todo o Brasil.

Os sindicalistas consideram a ampliação desenfreada da terceirização, proposta pelo projeto dos parlamentares peemedebistas, um ataque sem precedentes aos direitos trabalhistas e uma ameaça a própria existência e a organização coletiva das categorias de trabalhadores do país.

“Se depender da atual composição de forças do Congresso Nacional, os trabalhadores não vão conseguir avançar. Precisamos derrotar, com a mobilização popular, o PL 4330 e mais seis projetos em andamento no parlamento contra a classe trabalhadora”, disse o diretor do Sindicato e da CUT/RJ, Marcello Azevedo.

Ele lembra que o movimento sindical nunca deixou de realizar protestos nas ruas. “A CUT fez seis marchas em Brasília e na pauta sempre incluímos itens como saúde e educação. Vamos intensificar as mobilizações nas ruas, onde nos criamos e de onde nunca nos ausentamos”, acrescenta.

O presidente do Sindicato do Rio, Almir Aguiar, criticou setores da direita infiltrados nas atuais manifestações populares. “Parte dos manifestantes é de direita e não reconhece os avanços do governo Lula, que retirou 40 milhões de pessoas da miséria absoluta”, afirma. Em relação à categoria bancária, Almir acha que há muito o que avançar, mas a situação já foi pior.

“No governo FHC, o movimento sindical era criminalizado e a pauta do governo eram as privatizações, inclusive do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras, que não foram realizadas graças a mobilização dos sindicatos. No governo Lula reconquistamos o aumento real de salário, mas é preciso conquistar muito mais. Além de melhores salários e mais PLR, temos de garantir condições dignas de saúde, de trabalho e mais segurança e por fim ao assédio moral e ao processo de ampliação desmedida das terceirizações”, disse.

A 15ª Conferência Interestadual reuniu 530 delegados da base territorial dos dois estados e a jornada de debates durou desde às 9 horas até o início da noite.

Violência contra a mulher

Almir cobrou ainda igualdade de oportunidades nos bancos. “A mulher ganha menos que os homens numa mesma função e com o mesmo nível de escolaridade e as negras são ainda mais discriminadas e recebem salários ainda menores”, denuncia.

Na abertura do evento foi passado um belo vídeo com imagens fortes sobre a violência contra a mulher no mundo. Segundo previsão do FBI (Federal Bureau of Investigation), o Departamento Federal de Investigação dos EUA, uma em cada três mulheres sofrerá algum tipo de violência na vida.

O que foi aprovado

Entre os principais itens de reinvindicações dos bancários, a 15ª Conferência Interestadual aprovou um reajuste salarial de 10% mais a inflação do período e uma PLR de três salários mais R$ 4.500. Foi aprovado ainda o fim das metas e do assédio moral.

Os bancários avaliaram a necessidade de avaliação dos resultados práticos da cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho que prevê mecanismos de combate ao assédio moral.

O secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, que é da base territorial do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, sugere a realização da Conferência Interestadual em pelo menos dois dias. “Um dia tem sido impossível para aprofundar os debates da categoria”, aponta.

As propostas aprovadas serão agora levadas à 15ª Conferência Nacional, que será realizada de 19 a 21 de julho, em São Paulo.

Fonte: Contraf-CUT com Carlos Vasconcelos – Seeb Rio