Convenção coletiva, aprovada por ampla maioria, será assinada nesta terça (10)

Bancários e bancárias de todo o país, sindicalizados e não sindicalizados, aprovaram o texto de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, que terá vigência até a data-base de 2026. Com a aprovação, a próxima fase é a assinatura do acordo, prevista para terça-feira (10), às 14h30.

Do total de 140 sindicatos que realizaram assembleias, seja por sistema online ou no formato presencial, em todo o país, somente 9 não aprovaram a proposta. E, do total de bancárias e bancários que deliberaram pelo sistema online VotaBem, quase 70% (69,46%) aceitaram a proposta com avanços em relação à última CCT, incluindo aumento real para o salário e todas as verbas, como vales alimentação (VA), refeição (VR), auxílio creche/babá e participação nos lucros e resultados (PLR) tanto para 2024 quanto para 2025. PLR será paga até o final do mês, para os trabalhadores contemplados pela CCT.

Bancos públicos

O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Banco do Brasil foi aprovado pela maioria dos funcionários e também será assinado nesta terça (10). O ACT da Caixa foi negado e novas assembleias serão realizadas para deliberar o acordo coletivo dos trabalhadores e trabalhadoras do banco público.

Veja tabela dos novos valores:

Conquistas sociais

Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho

– Pela primeira vez, os bancos concordaram em incluir explicitamente o termo “assédio moral” nas negociações, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria.

– Ficou estabelecida uma manifestação de repúdio contra qualquer tipo de violência no ambiente de trabalho, reforçando o compromisso com um ambiente seguro e respeitoso.

– Criação de um canal de apoio dedicado às vítimas e de um canal específico para denúncias de assédio e outras formas de violência, que incluirá atendimento às bancárias vítimas de violência doméstica.

Mulheres na tecnologia

Devido à queda no número de mulheres na categoria, em especial devido ao avanço da tecnologia, onde elas ainda são minoria, o comando cobrou e conquistou:

– Concessão de 3.000 bolsas de curso para capacitar mulheres, pessoas trans e PCDs em programação, visando aumentar a representatividade feminina no setor tecnológico, realizado pela Progra{maria}

– Além disso, 100 bolsas serão oferecidas para programa intensivo de aprendizagem, voltado para a formação avançada de mulheres na tecnologia, realizado pela Laboratória

– Ex-bancárias poderão participar dos cursos

– As indicações para às vagas terão também a participação dos sindicatos de todo o país

Pessoas com Deficiência (PCDs)

– Concessão de abono de ausência para conserto ou reparo de próteses, garantindo que trabalhadores com deficiência possam atender suas necessidades sem prejuízo.

Prevenção à violência contra a mulher bancária

– Implementação de um canal de apoio exclusivo e outras medidas específicas para proteger as mulheres bancárias contra violência, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro.

Combate à violência contra a mulher na sociedade

– Os bancos se comprometem a manifestar publicamente o repúdio à violência contra a mulher, além de disseminar informações e recursos para apoiar a prevenção desse tipo de violência.

Igualdade salarial entre homens e mulheres

– Compromisso com a igualdade salarial entre gêneros

– Adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença-paternidade de 20 dias

Mudanças climáticas e calamidades

– Em caso de desastres naturais ou outras calamidades, será garantida a criação de um Comitê de Gestão de Crise, quando solicitado pelo Comando Nacional dos Bancários.

– O comitê terá a autorização prévia para tomar decisões necessárias que assegurem a proteção e os direitos dos bancários afetados.

– Implementação de medidas trabalhistas específicas durante situações de calamidade para assegurar vida e o bem-estar dos trabalhadores.

Censo da categoria 2026

– A Fenaban se comprometeu a planejar em 2025 e realizar até o final de 2026 uma nova edição do Censo da Diversidade do Setor Bancário, para mapear e promover a diversidade no setor.

Inteligência artificial e requalificação

– Iniciativas de requalificação profissional para adaptar a força de trabalho às novas demandas tecnológicas.

LGBTQIA+, com destaque para pessoas transgênero

– Os bancos reforçam seu repúdio à discriminação e garantem o uso do nome social para pessoas transgênero, antes mesmo da obtenção do registro civil, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo.

“Foi muito importante a participação de todas e todas nessa campanha e a aprovação do texto da CCT consolida direitos já adquiridos e avança em novas conquistas, tornando a nossa categoria bancária referência para outros setores em temas fundamentais como a proteção ao emprego, combate a toda forma de violência no ambiente de trabalho e igualdade de oportunidades”, avalia a presidenta do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Juvandia Moreira.

Fonte: Contraf-CUT

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