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Protestos contra demissões, assédio moral e extrapolação da jornada

Os bancários paralisaram, durante toda a manhã desta quinta-feira, 7 de agosto, as atividades de sete agências e de diversos departamentos do Bradesco em Belo Horizonte. As paralisações tiveram como objetivo denunciar os problemas enfrentados pelos funcionários nas unidades de trabalho. Com demissões, assédio moral, extrapolação da jornada e descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, o atendimento à população também é prejudicado.

Após a mobilização dos trabalhadores, o Bradesco cedeu e aceitou realizar uma mesa de negociação com o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte. A reunião ocorre no próximo dia 14 de agosto, às 11h, na agência matriz do banco localizada na rua da Bahia, na capital mineira. 

Além dos representantes dos funcionários, estarão presentes o diretor regional do Bradesco em Minas Gerais, Alex Silva Braga, e a diretora da área de Relações Sindicais do RH do banco em São Paulo, Eduara Cavalieri.

O funcionário do banco e diretor do Sindicato, Carlos Augusto Vasconcelos (Mosca), ressaltou que as paralisações foram um alerta ao banco sobre os graves problemas enfrentados pelos bancários da base de BH e região. “Exigimos que o Bradesco respeite funcionários e clientes e que ponha fim, de fato, aos abusos e às demissões. É absurdo que o Bradesco insista em descumprir acordos coletivos assinados por sua própria direção. Vamos nos reunir no dia 14 e, se não conseguirmos resolver estas questões, continuaremos paralisando as atividades das agências por tempo indeterminado”, afirmou.

Apenas no primeiro semestre de 2014, o Bradesco lucrou cerca de R$ 7,3 bilhões. Porém, no mesmo período, foram cortados 1.462 postos de trabalho, o que totaliza 2.924 empregos perdidos nos últimos 12 meses. 

As demissões acarretam a diminuição do número de funcionários, que gera sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada, pressão pelo cumprimento de metas abusivas, assédio moral e adoecimento. Além disso, o atendimento à população fica prejudicado com menos bancários nas agências.

O Bradesco vem, também, descumprindo a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e continua enviando torpedos e mensagens pelo WhatsApp aos funcionários para cobrar a venda de produtos, inclusive à noite e durante a madrugada. A proibição destas mensagens foi uma importante conquista da última Campanha Nacional e está prevista na cláusula 36ª da CCT.

Outro problema enfrentado por bancárias e bancários são as demissões ilegais de funcionários com doenças ou aquelas praticadas pelo banco durante o período de estabilidade pré-aposentadoria. Nestes casos, o Sindicato tem sido obrigado a entrar na Justiça para garantir a reintegração dos funcionários.

Os bancários têm passado dificuldades também com o plano de saúde e odontológico do Bradesco, que vem sofrendo constantes descredenciamentos de médicos e hospitais, deixando os funcionários sem opções para realizar consultas, exames e tratamentos.

Como se não bastassem todas estas questões, a diretoria regional do Bradesco em Minas Gerais vem adotando uma política de transferência de funcionários contra sua própria vontade e sob ameaça de demissão. Bancárias e bancários, para manter seu emprego, são obrigados a trabalhar em agências distantes, com base em decisões arbitrárias do banco sem consulta prévia aos trabalhadores.


Fonte: Seeb BH