A propositura da realização da Sessão Especial foi do bancário e vereador Marcos Henriques (PT-PB) – A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, na tarde desta quarta-feira (11), uma audiência pública para debater “a ameaça de privatização das empresas públicas”. A discussão foi proposta no âmbito da Comissão de Políticas Públicas da Casa, que tem o vereador Marcos Henriques (PT) como presidente. Aeroportuários, funcionários dos Correios, bancários, petroleiros, vigilantes, militantes de partidos e sindicalistas lotaram as dependências do Legislativo Municipal para discutir o tema.
A mesa de trabalho foi composta pelos vereadores Marcos Henriques e Sandra Marrocos (PSB); pelo deputado estadual da Paraíba Anísio Maia (PT); o deputado estadual de Pernambuco Lucas Ramos (PSB); o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústrias Urbanas na Paraíba (Stiupb), Wilton Maia; a presidenta municipal do Partido dos Trabalhadores, Luzemira Linhares; o diretor do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Rogério Varela; o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Paulo Marcelo de Lima; o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo de Lima Alves; o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes; o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores na Paraíba (NCST-PB), Antônio Erivaldo; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Emanuel de Souza Santos; e o secretário geral da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Pedro Damásio.
Marcos Henriques destacou que o país volta a viver sob a ameaça da entrega do patrimônio público nacional ao capital privado com a intenção de liquidar os ativos de 57 empresas nacionais, dentre elas, aeroportos, o sistema de geração e distribuição de energia elétrica, entre outras.
De acordo com o vereador, a proposta de privatizações apresentada fundamenta-se na necessidade de cobrir o deficit fiscal gerado pelo mesmo governo, entregando, inclusive ao capital internacional, empresas que somadas geram lucros bilionários. “Existe uma preocupação com o futuro do nosso Brasil. Não iremos admitir a privatização em nenhum setor de nosso país. Vamos lutar porque somos guerreiros”, ensejou o parlamentar.
Sandra Marrocos falou da importância da defesa da manutenção dos direitos adquiridos por intensas lutas do povo brasileiro. Já o deputado Anísio Maia disse que a grande luta que existe no Brasil é a reconquista do diálogo com a população para que ela não se deixe levar por informações enganosas.
O deputado de Pernambuco Lucas Ramos comentou que a privatização causará um impacto direto no bolso da população brasileira. “Estamos pagando uma das gasolinas mais caras do mundo e isso pode piorar. Existe um pacote de privatização que inclui o aeroporto de João Pessoa, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), as estradas, os bancos públicos e a Petrobras. Tantas empresas que fizeram o Brasil um país tão pujante. Estamos vivendo um tempo de escuridão e precisamos lutar contra a privatização de nosso país”.
O diretor da FUP, João Antônio de Moraes, comentou que as elites nunca tiveram compromisso com o povo. “Os avanços e progressos foram conquistas do nosso povo, das classes menos privilegiadas. Só o povo organizado e mobilizado pode mudar a situação de insegurança política e institucional por que passa o nosso país”, afirmou.
Na tribuna da Câmara de Vereadores, o presidente do sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, convocou a sociedade a se engajar nessa luta em defesa do patrimônio e da soberania nacional, resgatando a experiência deprimente com a privatização do Paraiban. “Em um passado nem tão distante sentimos na pele os efeitos nocivos da entrega do patrimônio público ao capital privado, cujo compromisso é apenas com o lucro. E foi assim que entregaram o Paraiban ao Banco Real a preço de banana, quando o nosso banco estadual estava saneado e superavitário”, ressaltou.
Indignado, Marcelo chamou a atenção para a reprise desse filme macabro, produzido pelo neoliberalismo, escrito, roteirizado e rodado sob a direção de FHC, que agora ressurge com um enredo ainda mais cruel. “Em nome da retomada da economia, o governo ilegítimo de Michel Temer começa a pagar pelo apoio recebido dos ‘Tucanos’, da elite e da mídia golpista, através do desmonte das empresas estatais, entre elas os bancos públicos, para privatizar e entregar empresas rentáveis aos banqueiros privados, nacionais e estrangeiros. Tudo de acordo com as conveniências neoliberais. Só para se ter uma ideia da falácia do governo e do do tamanho do absurdo, o principal interessado em adquirir as ações do Banco do Brasil, foi o mesmo banco que prestou consultoria para a reestruturação do BB; ou seja, o Itaú Unibanco, que ficou inadimplente com a Previdência Social e teve mais de R$ 20 milhões perdoados pelo governo Temer. Esse foi apenas um exemplo do que estão fazendo com o que é nosso. Portanto, vamos nos unir e resistir para barrarmos esse descalabro, porque só a luta nos garante!’, arrematou.
Outros trabalhadores e sindicalistas que usaram a tribuna defenderam os direitos conquistados pelos menos favorecidos, a soberania do Brasil e a efetiva luta das classes operárias. A discussão ainda contou com a presença do vereador Milanez Neto (PTB).