Para o presidente do Sindicato Lindonjhonson Almeida, a mobilização é representativa e demonstra a conscientização dos trabalhadores e a resistência a essa política de desmonte. “Isso tudo representa a política destrutiva do governo federal com as estatais e o Sindicato está denunciando e mobilizando a categoria contra esse cenário. Querem mexer no plano de carreiras e salários dos funcionários, além de tantas outras alterações, as mudanças reduzem em até 15% o valor de referência (VR) das gratificações recebidas pelos funcionários, extingue cargos e cria outros. O governo e a direção do banco, propagam isso como sendo bom quando na verdade é algo altamente prejudicial principalmente para o país, que tem seu patrimônio sucateado por políticas neoliberais”,explicou.
Na próxima quarta-feira (12), os funcionários vão repetir a dose. Vão realizar mais um Dia Nacional de Luta contra as mudanças impostas pelo banco. Para contribuir com o entendimento, a Contraf-CUT vai produzir uma edição especial do boletim Espelho para ser distribuído aos funcionários nas atividades do dia 12, explicando as perdas na remuneração mensal, na Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) e as mudanças na Gestão de Desempenho Profissional (GDP).
O banco alega que as mudanças potencializarão os ganhos dos funcionários, com foco no reconhecimento a partir de seus desempenhos. “Se fosse verdade que todos os funcionários sairiam ganhando, seria a primeira vez na história que uma empresa que quer reduzir custos com o pessoal buscaria promover tal redução aumentando a remuneração de seus funcionários”, ironizou Fukunaga. “Basta analisar as medidas da atual gestão para vermos que essa não é a verdade. O que a medida quer promover é a redução dos salários dos funcionários. Pelas falas do presidente do Banco do Brasil, a impressão que se tem é que os únicos que terão aumentos serão os altos executivos do banco, que são cargos de confiança nomeados pelo governo e foram indicados pelo mercado financeiro”, afirmou o representante dos bancários do Banco do Brasil.
Perdas na PLR
Para o coordenador da CEBB, as mudanças também podem levar à redução da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) paga aos funcionários.
“A PLR é paga com base no valor de referência (VR) da gratificação paga aos funcionários. As mudanças anunciadas pelo banco reduzem o VR e, com isso, a PLR também pode ser reduzida”, explicou o representante dos funcionários.
Além de mostrarem sua indignação vestindo roupas pretas, os funcionários protestaram nas redes sociais com fotos das manifestações e a hashtag #deformaBB, em alusão o nome do projeto de mudanças, chamado pelo banco de “Performa”.