Bancários do Itaú Personnalité de Campo Grande pararam agência por três dias

Diante do compromisso assumido nesta quarta-feira 24 por representantes da direção do Itaú perante o Sindicato de Campo Grande de que vão procurar solucionar o problema de assédio moral praticado pela gerente da unidade, os bancários da agência Personnalité da capital sul-matrogrossense decidiram retornar ao trabalho nesta quinta 25, após três dias de paralisações, enquanto aguardam as providências do banco.

O representante da Diretoria de Relações Sindicais do Itaú, Valmir Toledo, e o superintendente regional do Personnalité, Josafá Sampaio, viajaram especialmente a Campo Grande para se reunir com a direção do sindicato. A paralisação na agência foi deflagrada na segunda-feira 22, em protesto contra as demissões e a prática continuada de assédio moral por parte da gerente da unidade, Maria Aparecida de Lima (Cida), que demitiu todas as bancárias que retornaram de licença-maternidade e todos os funcionários e funcionárias que denunciaram o assédio moral ao Ombudsman do banco e à superintendência regional.

“A reunião durou toda a manhã. Os representantes do banco manifestaram preocupação com as denúncias e assumiram o compromisso de investigarem e resolverem o problema. Então decidimos retornar ao trabalho e dar tempo para que o banco ponha fim a essa situação insuportável de assédio moral e demissões”, afirma Iaci Azamor Torres, presidenta do Sindicato.

“Essa foi a primeira vez que representantes da direção do Itaú assumiram esse compromisso, coisa que nem o superintendente anterior nem o Ombudsman fizeram. Mas deixamos claro que se a situação não for solucionada, retomaremos o movimento”, adverte Iaci.

Ombudsman é instrumento de punição

Os bancários do Itaú Personnalité de Campo Grande fizeram a denúncia do assédio moral ao superintendente em outubro de 2009 e ao Ombudsman em dezembro de 2010. Daquele momento até hoje, a gestora demitiu todos os bancários que reclamaram de seu comportamento tanto ao Ombudsman quanto ao superintendente, inclusive as trabalhadoras que retornavam de licença-maternidade.

“Isso mostra mais uma vez que a instituição do Ombudsman no banco não é séria. O Itaú criou essa figura, para onde pudesse canalizar a insatisfação dos bancários, com o objetivo de tentar afastá-los do movimento sindical. Mas esse caso mostra que o Ombudsman acaba sendo mais um instrumento para fragilizar e punir os trabalhadores. É isso o que Itaú acredita ser eficiência”, denuncia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb Campo Grande