Nesta quarta-feira (12), funcionários e funcionárias de agências, departamentos e escritórios digitais do Banco do Brasil em João Pessoa vão paralisar as atividades até às 11h, no Dia Nacional de Mobilização Contra a Reestruturação, que nada mais é do que um processo de privatização disfarçada. Na quinta-feira (13) será a vez de os empregados da Caixa Econômica Federal fazerem um Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública.
Os bancos públicos estão sob constante ataque do governo Bolsonaro, através da chamada reforma administrativa para reestruturar todas as empresas públicas, estabelecer novas regras para contratação, demissão e planos de carreira, além de limitar os “gastos” com saúde dos funcionários, entre outros.
Mas, não é só pelas questões corporativas que os bancários estão protestando. Essa política de desmonte comandada pelo banqueiro e ministro da economia Paulo Guedes não se restringe ao sistema financeiro. Petrobrás, Eletrobrás, Correios e as demais empresas públicas estão sob o mesmo ataque.
Os bancos regionais e estaduais, como o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia e o Banco do Pará enfrentam a mesma situação. Entretanto, o prejuízo maior para a sociedade é a ameaça de privatização disfarçada do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, fundamentais para o desenvolvimento do país.
O Banco do Brasil é o responsável por aproximadamente 70% do crédito rural no Brasil. Isso significa que o banco financia o agronegócio, que é quem ajuda a manter o equilíbrio da balança comercial brasileira. Mas, ainda mais importante é quem financia a produção dos alimentos que chegam à mesa de todos os brasileiros. Sem o BB a política de incentivo rural dado pelo banco, os alimentos vão ficar ainda mais caros.
Os investimentos da Caixa Econômica Federal com o seu papel social impactam diretamente no desenvolvimento de um Brasil mais justo e digno para todos. Ela é responsável por 70% dos financiamentos habitacionais, por cerca de 120 milhões de pagamentos do Bolsa Família e por transferir R$ 4,5 milhões aos programas sociais nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida explica os motivos da luta dos bancários e da resistência às investidas privatistas do governo Bolsonaro. “A categoria bancária tem sofrido diversos ataques desse governo ultraliberal, primeiro com a retirada de direitos com a reforma trabalhista, depois com a aprovação da reforma da previdência que coloca em cheque a aposentadoria digna e vem sofrendo diversos ataques com os sucessivos processos de reestruturação, com ameças de rebaixamento salarial e até de demissões. Então, chega um momento que temos de reagir e mostrar que vamos resistir aos ataques com as nossas armas de resistência, que são os protestos, os atos públicos, as paralisações e até a greve, se for o caso. E precisamos dizer à sociedade que essa não é uma luta apenas corporativa, mas também em defesa do patrimônio público. Portanto, uma luta de todos. Privatizar os bancos públicos é encarecer o crédito e o preço dos alimentos, é cercear a população mais carente de ter acesso ao financiamento da casa própria. Enfim, acabar com as empresas públicas é levar o Brasil ao atraso, ao retrocesso. E é por isso que estaremos firmes e fortes nas atividades desta quarta-feira no Banco do Brasil e na quinta-feira na Caixa Econômica Federal”, concluiu.
Fonte: Seeb – PB