Com o tema “Síndrome de Burnout e a qualidade de vida nas instituições bancárias”, o Sindicato dos Bancários da Paraíba realizou nesta terça-feira (4), uma palestra com as psicólogas especialistas na área cognitivo-comportamental, Luciana de Melo Chaves e Taciana Moniz sobre as causas e os efeitos dos transtornos causados pelo desenvolvimento dessa doença. A atividade é fruto de um relatório final de conclusão de pós-graduação, cuja finalidade é aprofundar o conhecimento em relação ao adoecimento no ambiente de trabalho.

Durante a palestra foi apresentado um vídeo com os principais aspectos que acarretam o aparecimento dos sintomas iniciais da síndrome e quais as melhores formas de tratamento.

De acordo com a psicóloga Taciana Moniz, a doença geralmente é diagnosticada em profissionais que lidam com uma carga excessiva de metas no trabalho. Ainda destaca, as principais categorias propensas como bancários(as) e professores (as).

“A Sindrome de Bournout tem uma relação íntima com a capacidade produtiva e na maioria dos casos se torna parte da autoestima do profissional, que relaciona o desempenho atingindo no ambiente de trabalho com o seu próprio bem-estar, ou seja, o trabalho passa a fazer parte e a sugar toda a energia do trabalhador, causando assim o esgotamento profissional”, explicou.

A doença é causada pelo ritmo eufórico de trabalho que muitos profissionais se submetem, e desenvolve um estado de tensão emocional e estresse crônico, cujo tratamento é feito por meio de seções de psicanálise ou terapias cognitivo-comportamental.

Conforme apontado no balanço do Código Internacional de Doenças (CID10) Z73.0 do Ministério da Saúde, foram registrados 70 casos da doença no período entre 2007 e 2015. O código sinaliza situações em que foi identificada “exaustão” em trabalhadores com transtornos mentais relacionados com o trabalho. Apesar de ser prevista na lista de doenças ocupacionais da Previdência Social (Decreto 6042/07), a síndrome ainda é pouco lembrada pela perícia técnica e no lugar é diagnosticado como “depressão”.

Segundo o secretário de Formação Sindical, Carlos Hugo, o evento promoveu um debate necessário à toda categoria bancária. “Sabemos o quanto a categoria sofre com as pressões por metas e altos índices de produtividade. Por isso, se faz de extrema importância alerta-los sobre os riscos gerados pelo stress no ambiente de trabalho para que possam se prevenir”, afirmou.